sábado, março 20, 2010

Cinema de viagem

Finalzinho de fevereiro eu vim para o Brasil acompanhar a Dri, minha esposa, em uma delicada cirurgia à qual ela foi submetida no início de março. A cirurgia correu bem, a recuperação está sendo ótima e, para ajudá-la a repousar e distrair-se, temos visto alguns filmes. Recapitulando:


Recém-Formada (3/5)



Este eu vi no avião, vindo para o Brasil. Me chamou a atenção quando vi o nome do Rodrigo Santoro no elenco, ainda perseguindo sua carreira internacional. Ele interpreta, vejam só, um brasileiro que aposta em uma carreira internacional como diretor de comerciais. Mas é um personagem secundário.
A estória é sobre uma garota recém-formada e cheia de sonhos, sua excêntrica família (Michael Keaton está ótimo como o pai alucinado pelo ramo de fivelas de cinto) e seu amigo de toda hora, que ela ignora mas que vai acabar se revelando o amor de sua vida.
É um filme óbvio, uma comédia romântica com um daqueles roteiros que se compra pronto nas prateleiras em Hollywood. Mas é divertido e honesto, bem satisfatório para passar o tempo no avião ou um dia chuvoso em casa.


Avatar 3D (5/5)



E bem, eu reassisti Avatar 3D nos cinemas. Fui acompanhar dois dos meus cunhados que ainda não tinham visto e me esperaram chegar, pacientemente, para assistirem comigo. E continuo achando o filme de James Cameron sensacional. Desta vez, prestei mais atenção aos efeitos em 3D e ao mundo de Pandora do que na estória ecológica anti-belicista e, novamente, fiquei embasbacado.


Serpentes a Bordo (2/5)



Esse eu assisti em casa, na TV. E o que falar sobre esse filme, a não ser que eu deveria ter ido dormir mais cedo? Era para ser extremamente divertido, mas... Mafioso quer apagar testemunha de um assassinato e consegue colocar centenas de cobras no avião que o leva para depor, mas ele não contava que o policial que o escoltava era Samuel mother-fucker L. Jackson. Porém, o filme fica devendo, e muito, no quesito diversão. Tem até um tom sério - acredite se quiser. Só se salva pelo Sam.


Antes de Partir (3/5)



Filme interessante sobre uma dupla que se conhece no leito do hospital e que se descobrem com poucos meses de vida. Facilitado pelo fato de um deles (interpretado por Jack Nicholson) ser milionário, eles decidem cumprir item a item de uma lista de "coisas para fazer antes de morrer" elaborada pelo personagem de Morgan Freeman, que inclui itens como rir até chorar, beijar a mulher mais linda do mundo, saltar de paraquedas, conhecer as pirâmides do Egito e assim por diante.
A narrativa do filme é episódica e tem um viés sentimental, mas comove e faz pensar, além de ser muito bem defendido pelo competente par de atores. Mas tem um desenvolvimento não tão leve como poderia e o encerramento é um pouco artificial. Ainda assim, saldo positivo.


Dragão Vermelho (4/5)



Outro que reassisti (e que a Dri viu pela primeira vez). Essa pré-sequencia de O Silêncio dos Inocentes apresenta o personagem de Hannibal Lecter e do investigador que o prendeu, antes dos eventos narrados no filme ganhador do Oscar de 91. O elenco deste filme é sensacional: Edward Norton, Anthony Hopkins, Ralph Fiennes, Emily Watson, Philip Seymour Hoffman, Harvey Keitel. Pelo amor de Deus!
A trama é instigante, Fiennes está sensacional como o assassino título em um personagem trágico. Filmaço, mais pelas interpretações do que pela trama policial que requenta as mesmas idéias de O Silêncio dos Inocentes.


Precious (4/5)



Um dos filmes mais aclamados de 2009, Precious é um filme difícil, que causa incômodo e um gosto amargo na boca ao seu final. O filme conta a história de Precious, menina pobre e explorada pela mãe que descobre-se grávida de seu segundo filho após estupros por parte do pai. O ambiente extremamente hostil que ela encontra em seu núcleo familiar é contrabalançado pela amabilidade das pessoas que conhece em uma escola especial para recuperação de jovens com problemas. Li críticas sobre a falta de fluidez das cenas de fantasia que invadem o filme sempre que eventos críticos ocorrem com a personagem principal mas, para mim, essas cenas tinham o espírito perfeito justamente por não fazerem parte daquela realidade, por deixarem evidente o quanto são, de fato, fantasiosos e distantes da dura vida que a garota leva. E Mariah Carey como a assistente social está irreconhecível em uma interpretação forte e tocante, principalmente na cena final em que confronta a devastadora mãe vivida de forma inacreditável pela comediante (!?!) Mo'Nique, ganhadora do oscar de coadjuvante por esse papel.


Adivinhe quem vem para Jantar? (3/5)

Clássico de 67 que deu o oscar de atriz à Katharine Hepburn, a Meryl Streep de seu tempo. Filme importante pelo tema que trata, o racismo enraizado na sociedade americana, ao apresentar a sonhadora Joey que chega em casa após breve viagem ao Hawai para apresentar o seu noivo à seus pais, um doutor mais velho, viúvo e negro, vivido por Sidney Poitier. O filme envelheceu como narrativa, com seus longos monólogos e pausas dramáticas, mas conserva o peso de seu tema e, daí, sua relevância. E, apesar de hoje em dia os EUA terem um presidente negro e o sonho de Luther King não parecer tão utópico, a película ainda nos permite investigar, no íntimo, o quão difícil pode ser a aceitação das nossas diferenças.

Bem, por ora é isso. Logo, logo mais comentários sobre Dúvida, Se Beber não case, (500) Dias com Ela, Guerra ao Terror e O Leitor.

2 comentários:

Christian disse...

Você ainda deu 2 para o filme das serpentes?! Fala verdade, vc colocou em módulo :-)

Mercúrio disse...

Pra você ver como posso ser generoso às vezes...