sexta-feira, outubro 07, 2005

Hotel Ruanda

Resolvi voltar ao Hotel Ruanda. O filme é aterrador e perturbador. É chocante. E não só pelas cenas de violência que o retrato de uma guerra civil pode proporcionar. É claro que ver um jipe trepidando por estar em uma estrada de corpos é algo que provoca reações. Mas o que mais me chocou no filme é o seu aspecto humanitário, ou melhor, de como o aspecto humanitário importa tão pouco quando os homens em questão não possuem representatividade militar, econômica, política e, no caso específico do filme, são negros.
O mais chocante no filme é ter percebido que a ONU e as nações que ela representa (o mundo, enfim) simplesmente virou as costas, deixou acontecer. A justificativa é simples: não há votos em jogo e a vitrine (a guerra em um país africano) não vai despertar atenção para justificar uma intervenção militar. Deixe que se matem. Representativamente um repórter americano explica ao personagem principal que o máximo que as imagens que coletou (o assassinato brutal de toda uma família) vai render é uma noticia no jornal noturno, que vai ser assistida como uma outra notícia qualquer.
E, vejamos agora, o que mais me perturbou: o motivo da tal guerra civil. A Ruanda foi colonizada pela Bélgica. Os poucos brancos que foram responsáveis pela colonização criaram uma distinção entre a população (alguns mais altos receberam uma designação enquanto outros, de menor estatura, receberam outra). Deixaram o país e o deixaram sob a administração dos tutsi (mais altos). Os hutus (mais baixos) deviam ser controlados. Percebam a crueldade dos belgas, apesar da inteligência estratégica de sua atitude. Conseguiram plantar a semente da futura guerra civil, ao dividir uma mesma raça segundo algum critério e, dando o poder a uma delas, gerar a segregação, a inveja, o ódio.
O mesmo repórter citado acima, em outro trecho do filme, pergunta a duas amigas ruandesas que conversam: "vocês são tutsi ou hutu?", recebe duas respostas diferentes e então, perplexo, concluir: "mas vocês podiam ser gêmeas".
E é essa a realidade do filme, em que existem famílias que possuem as duas "raças" e que, no momento da guerra, vêem-se divididas.
Concluindo: como é possível que possamos nos ver tão diferentes?

quinta-feira, outubro 06, 2005

Confuso

Mais uma da série "trocadilhos infames"...
Certo dia um amigo me disse: "estou confuso" e eu respondi: "-Claro, estamos no MS... se você não quer estar confuso vá para Brasilia."
Não, eu não tenho vergonha de publicar isso...

sábado, outubro 01, 2005

Novas músicas

Com a minha adesão à internet rapida em casa meus habitos com a música tem se alterado. Agora está muito mais fácil conhecer novas bandas, ouvir toda a discografia até mesmo de um artista que você acabou de conhecer e só quer "experimentar" melhor.
Fiz download de várias coisas e sequer consegui ouvir tudo. Mas já fiz algumas descobertas valiosas: Art Brut é muito divertido. Wilco e Weezer eram bandas que eu sempre ouvia dizer mas nunca conseguia ouvir. Ambos valem a pena. Maximo Park também tem boas canções.
Mas tem vários artistas pelos quais estou ansioso por comprar o novo album e fico meio assim ainda por ouvi-los no computador. É algum tipo de bloqueio puritano, de ter que colocar um CD no aparelho e apertar o play e não arrastar o mouse até o play e apertar o aparelho. Sei lá...
Na lista de "albuns novos que eu quero" estão artistas que gosto demais: Los Hermanos, Coldplay, Pato Fu, System of a Down, Zeca Baleiro, Queens of the Stone Age e White Stripes!
Nossa... ainda bem que o Natal está chegando!

O show não pode parar...

Não tenho visto tantos filmes e tenho também a impressão de que a safra de filmes não anda tão boa. Em 24 de fevereiro, neste blog, eu disse que estava ansioso por assistir Antes do Por do Sol, Mar Adentro e Herói.
Bom, já vi os 3 e de fato valeram a pena. Por motivos diferentes mas valeram. O que mais vai ficar marcado é o Antes do Por do Sol, pois aconteceu um fato engraçado durante a sessão. Assistimos aqui em casa, eu, a Dri, o Fabio e a Laura. Ao final da sessão tivemos duas percepções: uma romântica e uma realista/seca. A primeira foi defendida por mim e pelo Fabio e a outra, sem concessões, pelas moças. Sinal dos tempos.
Herói é bem superior ao Clã das Adagas Voadoras (que chegaram a estar em cartaz quase que simultaneamente...) enquanto enredo e os dois se equivalem enquanto espetáculo visual.
Mar Adentro é um filme denso, muito bem interpretado e dirigido e que faz pensar. Os argumentos e motivações do protagonista são muito bem apresentados e conduzidos. Me fez lembrar do Marcelo Rubens Paiva e o seu Feliz Ano Velho. Gostei mais das motivações e do trabalho artistico do espanhol Sampedro. Mas Rubens Paiva conseguiu superar a dor e a raiva da sua nova situação e reencontrou o prazer de viver (ao menos não estabeleceu uma cruzada pelo direito de não viver, como o espanhol).
Além destes só considero dignos de nota alguns outros poucos: Jogos Mortais (bom suspense), Sideways (me fez mal, como As Confissões de Schmidt também... Alexander Payne entende o que é sentir-se frustrado com a vida), Maria Cheia de Graça (bom produto de exportação da Colômbia...), Batman Begins e Sin City, Old Boy (esse merece um capítulo a parte!), Castelo Animado e Hotel Ruanda.
Como destaques negativos ficam Guerra dos Mundos e Quarteto Fantástico. Assisti no mesmo dia os dois e até dormi durante o filme do Spielberg. E olha que para eu dormir no cinema...

Aconteceu... virou Manchete!

Lembram-se desta vinheta? Pois é, não sei por que eu me lembrei...
Enfim, desde julho, data do último post, até hoje, aconteceram várias coisas comigo, mas sem dúvidas a principal delas foi ter-me tornado um noivo! Aconteceu no dia 27 de Agosto, já temos um ano de namoro e antes de completarmos um ano de noivado já pretendemos estar casados.
E que assim seja...
PS: Interessante como simples formalidades modificam substancialmente comportamentos.

Retomando

E aqui retomo as atividades deste blog... prometendo a mim mesmo não abandoná-lo à sua própria sorte novamente e tentar visitá-lo e escrever nele ao menos uma vez por semana...
Amém!