sexta-feira, agosto 23, 2013

Calvin e a lei da vida: cada minuto fora de casa e acordado é um minuto que vale a pena!


(Mãe): CALLLVINNN!
(Calvin): Mamãe tá chamando, comece a cronometrar!
(Hobbes): Você não devia responder a ela?
(Mãe): CALLLVINNN!!
(Calvin): Ainda não, ela não consegue ver a gente, logo não pode provar que nós a ouvimos.
(Calvin): O truque é prestar atenção no tom de voz e só responder quando ela estiver tão brava a ponto de vir atrás da gente.
(Mãe): CALVIN!!!
(Calvin): Bem, é isso ai. Agora a gente banca o inocente.
(Calvin): Você está me chamando??
(Mãe): HORA DE ENTRAR! HORA DE IR PARA A CAMA, ESTÁ ESCURECENDO, !
(Calvin): Rá! Ela cometeu um erro tático. Escuridão é algo relativo!
(Calvin): Não tá escuro não.
(Mãe): CLARO QUE TÁ. ENTRE!
(Calvin): Eu ainda consigo ver minhas mãos. Não está escuro de verdade.
(Mãe): ESTÁ ESCURO O SUFICIENTE. VENHA LOGO!
(Calvin): Droga! Ela cortou o debate antes que pudéssemos definir os termos de negociação. Agora teremos que barganhar.
(Calvin): Posso ficar só mais 10 minutos! É tudo que eu quero.
(Mãe): NÃO, ENTRE AGORA!
(Calvin): 5 minutos então, só 5 minutos, tá bom??
(Mãe): AGORA, CALVIN!!
(Calvin): Caramba, ela está surpreendente! Ela adivinhou que meus 5 minutos equivalem a meia-hora dela... só nos resta a falsa concordância.
(Calvin): OK, eu tô indo!
(Calvin): Agora, a gente pode ficar aqui um pouco mais até ela notar que eu menti. Quanto tempo já passou?
(Hobbes): A gente já arrastou isso uns 53 segundos até aqui.
(Calvin): Ótimo, agora vamos bater o recorde... Opa... perdi meu sapato!
(Hobbes): Cada minuto fora de casa e acordado é um minuto que vale a pena!


quinta-feira, agosto 22, 2013

segunda-feira, agosto 19, 2013

Versos do Dia: Desde que o Samba é Samba (Caetano Veloso)



"A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora"

sexta-feira, agosto 16, 2013

Versos do Dia: Como uma Onda (Lulu Santos)


"(...) Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar"
Portanto, citando Seneca: "Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida".

segunda-feira, agosto 12, 2013

Versos do Dia: Dance me to the End of Love (Leonard Cohen)



"(...) Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove

Dance me to the end of love"

domingo, agosto 04, 2013

Festival de Inverno de Bonito 2013 - sábado, 03 de agosto

O sábado estava agradável. A praça central não estava repleta, mas havia já um bom público quando Rivers começou a soltar seus acordes de heavy metal e a típica voz aguda do gênero. A surpresa, para mim, foi vê-los cantando em português e um som autoral. Já havia conferido performances da banda em Campo Grande, mas sempre repassando os clássicos do gênero. Em Bonito, como tinha de ser, executaram suas próprias canções. É interessante que o festival tenha dado abertura a tantos gêneros e conseguido encaixar um show regional de rock. Valeu, Rivers! Cantar em português é desafiador e complicado. Na minha opinião, missão cumprida por ter mostrado seu valor e seu trabalho... mas dá para caprichar mais nos arranjos pois algumas das músicas soam muito parecidas com os tais clássicos que os inspiram. Um pouco de identidade fará bem ao Rivers.

Ao final do show tive oportunidade de papear um pouco com o casal Rivers, ambos vocalistas e guitarristas da banda. Gi Rivers comentou que eles estão aproveitando a onda autoral e a aceitação - e até a busca - do público de Campo Grande por som feito aqui para eles mostrarem suas composições, algumas que já estavam "empoeirando na estante" esperando o bem-vindo surgimento desse interesse.


A atração seguinte foi o ponto alto do meu fim de semana musical! O show do Criolo cumpriu o que prometeu: muita energia, boas letras, engajamento e uma mensagem repetida de amor & paz em meio aos raps falando de racismo, discriminação, modo de vida... depois dessa passagem de Criolo podemos dizer que existe amor no MS, que aqui não estamos acostumados com sucrilhos no prato e que terminamos o show todos chineizinhos.

Entrei no camarim, depois de esperar um tempo do lado de fora onde conheci Phillipe Reys, americano da Califórnia, amante de hip-hop, que veio a Bonito para ver Criolo e queria a todo custo uma foto com o músico. Vi dois Criolos lá dentro. Um pouco arrogante com o fã estrangeiro ("Se você entende o que eu falo tá bom, eu não tenho que entender o que você fala"), mas cheio de atenção e carinho com quatro fãs juvenis que entraram conosco. A mim, foi atencioso. Perguntei se tinha dado tempo de curtir Bonito e ele disse: "Boiei entre os peixes. Foi mágico. Vi que há outras formas de se viver a vida. Queria ser peixe".


O show de encerramento, na grande tenda, foi de Daniela Mercury. Foi, surpreendentemente, melhor do que eu imaginava. Não foi um show de axé, para começar. A baiana repassou, obviamente, seus sucessos, que estão longe de ter a mesma pegada dos equivalentes de Sangalo ou Leite. A turnê se chama "Canibália" e acredito que o conceito seja o de canabalizar a música brasileira, apropriando-se de temas clássicos: sambas, bossas, rocks. Ver Daniela cantando sucessos de Legião Urbana, Cazuza, Titãs dentre tantos outros foi estranho... mas o show foi recompensador por conta dos quatro bailarinos e suas coreografias belíssimas. Ela ainda mostrou-se engajada, citando os índios terenos e as manifestações por um Brasil melhor, incitando todos a não pararem de cobrar enquanto não houverem melhoras práticas. Como pontos fracos, a comemoração dos 40 anos de fantástico, que quebrou o ritmo e ficou bastante descontextualizada. E o exagero de apadrinhamento ao filho de Mercury. Mas deu para o gasto.

Versos do Dia: Sucrilhos (Criolo)


"Eu tenho orgulho da minha cor,
Do meu cabelo e do meu nariz.
Sou assim e sou feliz.
Índio, caboclo, cafuso, criolo! Sou brasileiro!"

sábado, agosto 03, 2013

Festival de Inverno de Bonito 2013 - sexta-feira, 02 de agosto

Antes de qualquer coisa, dedico esse texto à namorada do Elias. Obrigado!

A noite de sexta-feira do Festival de Inverno de Bonito 2013 foi incrível! Começou com dois artistas regionais, Lucas Brandão e Marcelo Loureiro, o segundo já com amplo reconhecimento nacional como um dos maiores instrumentistas brasileiros. Essas duas primeiras apresentações foram seguidas pelo genial Toquinho - em apresentação, a bem da verdade, dividida com sua apadrinhada Anna Setton. Para fechar a noite de gala, um show dos Paralamas do Sucesso passando a limpo toda a sua carreira que completa 30 anos.


Acima um video do músico e compositor campograndense Lucas Brandão. Em apresentação curta ele pode mostrar um pouco de seu repertório de bossas e sambas, acompanhado de excelente banda. Foi o suficiente para demonstrar seu talento e posicionar-se como um bom nome da MPB.

O palco a seguir foi tomado pelo incrível Marcelo Loureiro. Instrumentista habilidoso, que experimenta novas formas de tocar o seu violão, explorando temas regionais e também polcas, tangos e tantos ritmos latinos por excelência. Abraçando sua origem paraguaia - ele que é nascido e criado na região de Bonito, em Guia Lopes da Laguna - também executou algumas canções com uma harpa paraguaia e encerrou sua apresentação com uma viola caipira, instrumento para o qual foi eleito recentemente o melhor instrumentista brasileiro. Eu, que desconhecia o músico, sai maravilhado tanto por sua virtuose quanto por sua simpatia.


Toquinho veio então desfilando seu repertório cheio de sucessos, composições que marcaram época realizadas com parceiros como Vinicius de Morais (várias!), Benjor, Baden Powell, Carlos Lyra e tantos outros... É evidente que o ápice foi a execução, ao final do concerto, de Aquarela, talvez sua música mais emblemática. Mas o repertório todo é uma dádiva e demonstra várias das nossas pérolas musicais. Em certo momento, ele também demonstrou suas habilidades como violonista ao dedilhar um dos temas de J.S.Bach - que segundo referência citada por ele, é a voz que Deus usou-se para expressar-se. Inteligente como é, Toquinho também utilizou-se do espaço para introduzir Anna Setton, interpréte que ele conheceu em uma churrascaria paulistana e cuja carreira ele está apadrinhando. Provavelmente, ele reconhece que sua emissão vocal já deixa a desejar e a voz de Setton, linda, foi um belo acréscimo ao concerto. Com sua voz, a noite ficou ainda mais inesquecível.


Finalmente, para encerrar a noite, a comemoração dos 30 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso. Talvez a última grande banda dos anos 80 que eu conferi ao vivo (já tinha visto Ira!, Titãs, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii - Legião tornou-se uma impossibilidade cedo demais). Não sou particularmente fã da banda, mas não há como negar a coleção de hits que eles colecionaram. E neste show revisionista, de quase 2 horas!, isso fica claro ainda que eles tenham também incluído músicas menos esperadas, como Vulcão Dub, Melô do Marinheiro e tantas outras.



Impossível também não reconhecer todo o entusiasmo e superação de Herbert Vianna, que apresenta-se de sua cadeira de rodas com uma energia admirável. Imagino os gringos na platéia que desconhecem sua história, sua trajetória e que, independente disso, veem-no liderando um coral de quase 8 mil vozes, mostrando que não há limitações para a arte, para a vida ou a sobrevida que ela pode proporcionar.