sexta-feira, maio 19, 2006

Relacionamentos com artistas

É interessante notar como desenvolvemos (ao menos eu desenvolvo, mas estou certo de que não se trata de uma particularidade minha!) uma relação próxima com alguns artistas. É engraçado como aguardamos o novo trabalho de uma banda que gostamos ou quando vamos assistir ao novo filme de um cineasta com o qual estamos habituados ou com o qual nos afeiçoamos.

Essa relação entre o artista e seu público é diferente. Ela se dá através do trabalho, da arte produzida. E é através dela que percebemos os interesses, o humor, os sentimentos, enfim, o estado do artista durante a concepção da obra. É como se uma nova obra fosse um encontro para um bate-papo... mas somente um dos "amigos" fala e apenas um dos "amigos" se interessa pelo que o outro tem a dizer. Certo, isto é um extremo pois vários artistas se interessam sim pela resposta do público e grande parte do público não está nem aí para o que os artistas têm a dizer. Mas, em muitos casos, o que ocorre não é muito diferente do descrito aqui.

Hoje eu fui ver o novo filme do Woody Allen, Match Point, no qual o diretor nova-iorquino conta uma estória de relacionamentos amorosos e de negócios envolvendo os membros de uma família londrina abastada. O filme demostra a maestria de Allen ao construir diálogos e um enredo enxuto mas cheio de detalhes, uma trama que prende a atenção e com boas atuações do elenco bem escolhido. Eis um caso de uma "conversa" entre Allen e o seu público... no caso, eu mesmo. Foi interessante notar a quase ausência de seqüências com algum humor, o que revela um pouco dos interesses do cineasta, ao filmar um suspense psicológico.

Hoje eu fui ao cinema

Pois é... retornei hoje a um ambiente que me faz bem. Fui de novo a uma sala de cinema. E não foi assim algo corriqueiro. Fui ao cinema hoje, uma sexta-feira, às 17:05h... O horário é um pouco esdruxulo, mas os cinco minutos além das 5 é só para o Cinemark justificar que não mais se trata de uma matinê... Sexta-feira, as cinco da tarde!? Isso sim é que é ir ao cinema, colocar isso como uma coisa a ser feita, encaixá-la em seu dia. Não é algo como: "ah, o que vamos fazer agora!?", "ah, vamos ao cinema, o que acha?"... não, ir ao cinema hoje foi uma atividade plena, planejada, desejada.

quinta-feira, maio 18, 2006

Cinema, música e aspirinas...

Pois bem... já estamos quase no meio do ano. Não há como negar que tenho visto menos filmes do que gostaria e, uma constatação recente que tem me perturbado um tanto, também tenho ouvido muito menos música do que gostaria!

Este ano houve outro festival de cinema aqui em Campo Grande. Assisti alguns e gostei da maioria. Não gostei do filme que estou parodiando no titulo deste post, o "Cinema, Urubus e Aspirinas". Gostei de Cidade Baixa, de Flores Partidas, de Uma Mulher contra Hitler, gostei mais ou menos de Mulheres do Brasil, mas gostei mesmo de Apenas um Beijo, do Ken Loach. É um romance étnico, daqueles em que o conflito, a impossibilidade, se dá devido a diferenças entre as raças dos envolvidos. E a condução é brilhante, as interpretações sensíveis... vale a pena. Flores Partidas também é muito bom! Gosto dos filmes que já vi do Jim Jarbusch, exceto pelo Trem Fantasma, que não tem mesmo pé nem cabeça...

Mas isso não vem ao caso... O que vem ao caso é que o meu tempo está muito curto. Tenho assumido muitos compromissos e meu tempo é contado.

Passo a semana, na verdade, saltando de tarefa em tarefa e elas são as mais diversas possíveis. Por um lado, é legal testar a si mesmo em diversas atividades que exigem diferentes habilidades. Por outro, tem horas que dá uma vontade de não fazer nada (ou de ir ao cinema, ou de ficar namorando bem tranqüilo, ou de ouvir música e relaxar, ou de ler, ...) e o sentimento de responsabilidade cobra... nunca têm o mesmo prazer quando sabemos que não devemos.

Mas não devemos mesmo? Sempre acreditei que temos que ter lazer e que é ele que nos dá o balanço necessário para encararmos os desafios que traçamos para nós. Se não houver um tempo para descansar a mente, a mente pode, sim, pifar e te deixar na mão. O que será pior!?

Muito do que não faço está diretamente ligado ao muito (ou pouco?) que eu faço.

Quanto ao fato de estar ouvindo música, disse acima que isso tem me deixado alerta. Isso se deve ao fato de eu basicamente me encontrar nas músicas que eu ouvia. Eu tinha fases bem definidas. Tinha uma época que eu estava um tanto Los Hermanos, antes disse havia ficado um pouco Queens of the Stone Age, até que fiquei um pouco Placebo e um pouco Tindersticks. Já fui um pouquinho Paulinho Moska e um tanto Nando Reis também.

E agora? Parece que a música deixou de me importar tanto... mas isso não é verdade. Acredito que a falta de tempo e o fato de estar dividindo o mesmo espaço com a Dri (minha noiva amada) mudaram meus hábitos. Não ouço mais as músicas que quero, quando quero, no volume que quero... E isso vai perdendo o valor... ou ao menos, vai perdendo o espaço que tinha.

Mas também não paro em casa o suficiente e, no trabalho, compenso um pouco isso. Mas lá não posso ouvir o mesmo CD o dia inteiro, como costumava fazer. Ao menos eu consigo ouvir o mesmo CD todos os dias uma vez. É claro que chovem reclamações, mas eu ouço e no meio das reclamações ainda ouço algumas (poucas) vozes de apoio. O eleito? Leonard Cohen. Se tivesse que responder, diria que hoje estou um pouco Leonard Cohen... Stranger song é o meu hino matinal.

Mais um retorno

E cá estou de volta em mais um retorno definitivo. Agora é para valer, como foram também, ao menos em intenção, as outras vezes!

Reli meu último post para ver o que aconteceu de lá para cá... e percebo, estarrecido, como o tempo passa rápido.

Lá eu dizia que havia acabado de encerrar um ciclo de professor e que ia iniciar o mestrado. Hoje recebi minha primeira nota de prova no mestrado e estou com uma forte impressão de que iniciarei um novo curso, como professor, ainda este mês. Desta vez ensinarei e estudarei conceitos de orientação a objetos com prática em Java.

E o meu casamento não sofreu novas alterações de data, mas está bem mais próximo do que antes. Tudo é, de fato, muito relativo. Até o que não muda, muda.

E assim vamos levar. Recebi um novo impulso (sempre da minha linda, que me impulsiona para tudo que faço) e cá estou respondendo... E agora que respondi, quero ver se me permitirei escrever mais e mais freqüentemente...