quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Oscar 2013 - Opiniões


Pois bem. Mais um ano, mais uma edição da entrega de prêmios mais aguardada e prestigiada do cinema americano. O que dizer sobre o Oscar 2013?

Em primeiro lugar a cerimônia foi chata e cheia de defeitos. O apresentador não funcionou e constrangeu. Do ponto de vista artístico, a seleção de filmes - como é de praxe - deixou a desejar, não incluindo em sua lista ótimos filmes como O Mestre (The Master) de Paul Thomas Anderson ou ainda Killer Joe e Killing them Soflty, mais controversos. O problema é terem incluido Lincoln! Ai fica dificil justificar. Dos 9 indicados eu apenas não vi O Lado Bom Da Vida (Silver Linings Playboy), vou fazer isso no próximo domingo, mas chuto que esse também não justifica a menção honrosa.

Mas a premiação teve seus momentos. Day-Lewis fez história ao ganhar o terceiro prêmio como ator principal e, ainda por cima, fez um belo e bem-humorado discurso, brincando com o outro monstro sagrado do cinema, Meryl Streep, que passou as suas mãos a estatueta. "Há 3 anos eu estava comprometido em filmar Thatcher, mas Meryl obteve o papel, o que foi bom pois ela era a primeira opção de Spielberg para Lincoln... dai em diante foi apenas questão de convencê-lo de que já que seria mesmo eu que faria o papel então o filme não deveria ser um musical... mas eu bem que gostaria de ter visto a versão de Lincoln com Meryl". Engraçado, brincando com uma humildade difícil de acreditar e ainda por cima alfinetando a nova versão de Les Miserables, em que, de fato, Russell Crowe se mostra no mínimo desconfortável cantando. Para fechar, ainda teve tempo de homenagear sua mãe e sua esposa que, segundo ele, conviveu nos últimos 16 anos com uma gama invejável de pessoas estranhas e foi a melhor companheira que cada um deles poderia ter. Veja abaixo o discurso do Rei.



Por falar em Les Miserables, o Oscar de Anne Hathaway se confirmou, a sua interpretação de I Dreamed a Dream é sim marcante e é justo dizer que a premiação é merecida. Mas o que mais mereceu atenção foi a campanha que ela fez para destacar sua própria performance (discutida aqui), que levou até a essa brilhante paródia.



Jennifer Lawrence ganhou aos 22 anos, caiu ao ir buscar o seu prêmio e teve a presença de espírito de mencionar o incidente ao invés de fingir que estava tudo bem. Mostrou uma certa maturidade. Não assisti ao filme mas acho dificil que seja mais merecedor do que teria sido premiar Emmanuelle Riva por Amour. Enfim, é o prêmio do cinema americano e no César (o Oscar francês), Amour ganhou tudo e a Argo coube apenas o prêmio de melhor filme estrangeiro. Espelhos.




Por falar em Argo, foi muito estranho ver um filme (com pano de fundo político) ganhar um Oscar de melhor filme e ver o prêmio ser anunciado direto da Casa Branca e pela primeira dama. Não sei se haviam imaginado premiar Lincoln quando organizaram para que assim fosse, mas de qualquer forma manter religião (cinema) e estado como coisas separadas me parece uma boa ideia. Desaprovado!

Argo é o melhor filme do ano? Não, não concordo. Mas é merecedor do prêmio, é um bom filme, muito bem conduzido, montado e atuado. Dentre os concorrentes, eu ficaria entre ele, A Hora Mas Escura e Amour. Talvez também As Aventuras de Pi, pela beleza gráfica do filme. Affleck entrega uma interpretação sutil e a contextualização do alcoolismo de seu personagem e seus conflitos familiares jamais ganham espaço desnecessário na história, servindo apenas para compor ainda melhor a determinação e seriedade do personagem. O melhor alcoolatra do ano ou esse papel coube a Denzel?

 Finalmente, a polêmica do diretor Affleck não ter sido sequer indicado. Existe essa comparação entre o trabalho de um diretor e o de um mestre-de-obras. O roteiro (planta-baixa) seria feito por um arquiteto, que apenas produz uma descrição da história. A arte de contá-la, de construir o prédio, cabe ao diretor. Essa analogia é boa para, por exemplo, diferenciar filmes autorais, em que o mestre-de-obras está construindo sua própria casa... e vai mandar desmanchar e fazer de novo até atingir a perfeição. Mais autoral ainda é Tarantino, que primeiro desenha a planta e depois faz subir as paredes de sua obra.

Mas a tarefa de premiar a melhor casa, depois de construída, é complicado. Se olharmos para a harmonia entre os elementos (roteiro, fotografia, maquiagem, atuações, etc.) estamos analisando qual o melhor filme e, paralelamente, quem foi o melhor diretor. É por isso que é difícil dissociar um prêmio do outro. Há certas decisões estéticas tomadas durante a feitura de um filme que são claramente intencionais e que demonstram o trabalho de um diretor. Ângulos, lentes, atuações, cortes... são diversos os elementos que realçam as decisões tomadas e que são possíveis de se notar mesmo admirando-se a casa já pronta, pois cinema é dinâmico e tais decisões saltam aos olhos. Incompreensível que Affleck não figurasse entre os finalistas, mas como destacado por outros analistas, a sua ausência acumulada com a sua premiação por outras premiações (associação dos diretores, globo de ouro) trouxe ainda mais Argo para o centro dos holofotes.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Calvin e a perda de tempo...


(Calvin): Estou em casa! Estou livre! O resto do dia é todo meu!!
(Calvin): Finalmente, um tempo para mim! Liberdade, ah preciosa liberdade!! Ha ha ha
(Calvin): ...

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E é assustador ver como a TV foi substituida pela internet... se Bill Waterson fosse fazer a mesma tirinha hoje provavelmente a faria sobre o Facebook e, ironicamente, a divulgaria também por lá. E é mais assustador ainda notar que não precisamos mais "chegar em casa" ou estar em qualquer lugar para consumirmos a tal conectividade... ela vai junto com a gente, em nossos smartphones, onde quer que estejamos.

Uma consequência óbvia disso e que, cada vez, temos menos tempos de calmaria, sem estimulos que nos atraiam a atenção. Menos ócio criativo de fato. Menos tempo desconectado. Outra consequência disso é que, cada vez mais, estamos nos afastando do mundo natural. O que é uma pena. Cada vez mais, por exemplo, a ciência é desenvolvida totalmente em máquinas e não mais em observações ou insights. Os cálculos de predições precedem a observação da natureza. Pessoas estudam anos um animal sem nunca terem tido contato real com ele. Dados são suficientes.

A televisão alienava, mas era um elemento estático, unidirecional. Hoje, com a internet, a possibilidade de interação diversificou, dinamizou e pulverizou o acesso e a geração de informações. De maneira irreversível, hoje um grande desafio que temos em um bate-papo com amigos é sermos mais interessantes para eles do que seus smartphones. E não é a toa que já temos iniciativas como empilhar celulares na mesa do bar e deixar a conta a ser paga por aquele que não resistir a dar uma olhada se tem nova mensagem...

Versos do Dia: Say Goodbye (Norah Jones)


"(...) Well it ain't easy to stay in love 
if you tear in your eyes 
so I just have to take the pride 
and say goodbye

Ohh...

Oh you stand up
but it's too late to turn it around
I'm droppin' boats on the ground
and I'm coming' in wound

Don't you miss the good old days
when I let you misbehave
Why you're lookin' down like that?"

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Versos do Dia: Hot Knife (Fiona Apple)


I'm a hot knife- if I'm a hot knife-
I'm a hot knife if he's a pad of butter
If I get a chance, I'm gonna show him that
He's never gonna need- never need another.

(And you can, and you can, and you can wild up around me)

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Eu devia ter desconfiado... Sonia não é Sony!

Estava eu partindo de volta de Istanbul para Lyon. Para isso, tinha que ir do hotel até o ponto do tramway, de lá andar uns 40 minutos até a estação onde faria conexão com o metrô que leva ao aeroporto.

Esse blog é um testemunho de minha fascinação por música. Fácil imaginar então que uma ocasião como essa é ideal para ficar degustando músicas com o MP3 player...

Começo a ouvir e noto que a música estava estranha. Não demoro a perceber que um dos dois lados não está emitindo som algum, mudo. Caramba... pior que isso, a consciência disso faz com que a cabeça comece a doer, afinal é como se eu tivesse um esforço adicional para poder ouvir a música, exigindo uma concentração normalmente desnecessária.

No trajeto, larguei mão de continuar ouvindo com o defeito e decidi comprar um outro par de fones de ouvido. Chegando ao aeroporto de Istanbul, uma barraquinha de eletrônicos. Beleza!!

Mas eu devia ter desconfiado... Sonia não é Sony! Resultado: ao invés de ouvir música só em um ouvido, passei a ouvir músicas como se eu estivesse submerso em uma piscina... ou como se a música estivesse tocando dentro de uma sala, com o som saindo muito abafado.

Dinheiro jogado fora... em Lyon vou procurar um par de fones de boa qualidade. :-(

Versos do Dia: L'Étourderie (Camille)


"(...) Si tu as oublié le lendemain
Si j'ai effacé l'air du refrain
Si tu as mélangé mai et juin
Si j'ai oublié de demander ta main

L'étourderie des amoureux partis
Fait tourner la tête des tourtereaux
Qui éperdus perdirent l'amour heureux
Pour le retrouver au fond de mes yeux"

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Hoje vou assistir, pela 3a vez, um concerto de Camille. Apesar de ter sido a mesma turnê, os dois concertos anteriores já se mostraram experiências diferentes e revigorantes. Estou certo de que hoje a noite vou experimentar, mais uma vez, um deleite musical. Camille e sua música são sensacionais.

domingo, fevereiro 17, 2013

Versos do Dia: Restless (Karin Park)

Para registrar minha passagem musical por Istanbul, assisti ao concerto de Karin Park, que faz um som bastante particular (ao menos para mim, que não conheço muito a cena eletrônica). Ela mistura elementos eletrônicos com percussão e uma... bateria! O baterista é estilo rock'n'roll, quebrando tudo. E a mescla dessa energia com as batidas repetitivas características do eletrônico e mais a interessante voz de Karin faz da mistura algo inusitadamente agradável. Foi uma hora e meia em que me vi entusiasmado pelas possibilidades musicais que a dupla apresentava no palco. Valeu!


"Until I bleed, until I fall
Until my thoughts have lost their codes
Until my eyes have lost their spark
Until my love have lost its heart


(...)

I am restless for you, I am restless for you

Until the sadness covers me whole
Until the plague has taken us all
Until the torture makes me confess
Oh until my head is resting on your chest"


Abaixo, um trecho, contendo 3 músicas, de uma apresentação em Montenegro.

O consumismo pode mesmo nos salvar de uma existência sem propósito?


(Haroldo): Esse boneco de neve não parece muito feliz.
(Calvin): Ele não está.
(Calvin): Ele sabe que é só uma questão de tempo antes que derreta. O sol ignora suas súplicas. Ele sente que sua existência não tem sentido.
(Haroldo): E tem?
(Calvin): Claro! Ele está para comprar uma televisão de 55 polegadas!

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Continuo achando incrível como Bill Waterson conseguia discutir com relativa profundidade (até onde o formato de 3 ou 4 quadrinhos permite!) temas tão complexos quanto regras sociais, consumismo, cultura de massa, existencialismo, o real significado de "ser adulto" e "ser criança"... misturando imaginação, fantasia, filosofia e muito humor! Um gênio. :-)

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Versos do Dia: Les Jours Tristes (Yann Tiersen)



"(...) hard, not to make other plans
and claim that you've done all you can,
all alone
and life
must go on."


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Mas eu queria mesmo era publicar apenas a versão instrumental, usada no filme... mas dai não seriam os versos do dia, mas a música do dia. Achei melhor não descaracterizar a sessão mais importante do blog. :-)
Mas segue abaixo a música do dia.

terça-feira, fevereiro 12, 2013

O limite da idiotice

(Jon): Sabe o que você nunca deve fazer?
(Jon): Enfiar pipoca no seu ouvido.
(Liz): Bom conselho.
(Jon): Hã?

domingo, fevereiro 10, 2013

A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)


Assisti a 3 filmes ontem. Caça aos Gangsteres (Gangster Squad), estiloso mas vazio apesar do bom elenco. Hitchcock, fraco e desinteressante, apesar de Anthony Hopkins se esforçar em sua caracterização. E, por fim, o único filme bom que vi ontem: A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty), novo filme de Kathryn Bigelow (A Guerra ao Terror - The Hurt Locker), com Jessica Chastain.

O filme abre com o ataque terrorista às torres gêmeas, em Nova York, apenas com uma narração em off que é o suficiente para contextualizar o espectador. E encerra com o ataque terrorista de retaliação, no qual alguns soldados americanos invadiram uma casa no Paquistão e assassinaram alguns homens, inclusive um que supostamente é Osama Bin Laden, responsável pelo primeiro ataque mencionado neste parágrafo. Apesar de o filme se dizer baseado em fatos reais e de muito do que é narrado ter sido massivamente mostrado e comentado pela televisão mundo afora, não há como checar a veracidade do processo de caçada humana empreendido pelos EUA e muito menos os detalhes da emboscada final. E isso pouco importa para apreciarmos o filme, a não ser que queiramos tratá-lo como documentário e não um filme de ficção.

Maya (Chastain), agente de inteligência da CIA entra para a unidade contra-terrorista responsável por desarticular a Al-Qaeda e, principalmente, localizar Osama Bin Laden. A personagem vai ganhando força à medida que o filme (e os anos) avançam. A personagem é, certamente, amálgama de vários personagens reais, usada aqui com propósito narrativo para ser a nossa guia durante os vários anos e esforços dispendidos na tal caçada-humana.

Um dos pontos positivos do filme é a tentativa de retratar as coisas com alguma verossimilhança: sim, os americanos torturam. E também mataram inocentes. E cometeram vários erros de estratégia, que levaram à morte de mais gente, incluindo americanos. Mostra ainda como um processo como esses é lento, moroso e confuso - os anos vão saltando e vamos acompanhando episódios soltos, às vezes totalmente desconexos, personagens secundários que sempre vão se alternando ou mudando de posto, mostrando claramente como muitas pessoas estiveram envolvidas nesses 10 anos em que as atividades batizadas (pelos EUA) como Guerra ao Terror ocorreram.

Mas, para mim, o filme é um retrato intimista sobre obstinação. Não sabemos nada de Maya a não ser o que acompanhamos. O filme não quer falar de seu passado bem como mostra o desespero da personagem diante de um futuro em aberto, quando finalmente sua obstinação alcança o objetivo, com a morte de seu "inimigo", a morte também de sua razão de viver por tanto tempo. Vida pessoal? A personagem discute, em certo momento, com uma das duas únicas pessoas com quem foi capaz de desenvolver algum tipo de conexão emocional e responde, apaticamente, "eu não sou esse tipo de menina", sobre a possibilidade de se envolver com seu chefe. E não sabemos se ela se refere a alguma regra moral ou se apenas confessa não ser capaz de se envolver com alguém, em geral.

É interessante notar também como a "vida normal" tenta dar as caras, naquele ambiente em que nada é normal. "Vamos tomar um café ou vamos continuar a tortura?" ou ainda "Estou precisando trocar de setor... já vi homens pelados demais por aqui" são frases que ouvimos Dan (muito bem defendido por Jason Clarke), um dos amigos de Maya e também oficial de inteligência, dizer durante o filme.

Bigelow é hábil em conduzir a história de maneira a que consigamos perceber tudo isso e não nos aborrecer em suas duas horas e meia de narrativa. O filme ganha tensão em seu último terço, quando se desenrola todo o jogo político para a confirmação da operação e, finalmente, quando esta é autorizada. Chastain segura a forte personagem apesar da aparência frágil, mas quando a personagem finalmente mostra a que veio e como está disposta a tudo para defender o que acredita (e, principalmente, o seu orgulho por ter sido "ela" quem descobriu o paradeiro de OBL), rendendo algumas cenas que justificam a indicação da moça ao Oscar de atriz desse ano.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Versos do Dia: I Need (Buzzcocks)


"(...) I used to only want but now 
(I need)
To get by with what I got but now 
(I need) 
I used to only want but now 
(I need)

I need sex
I need love
I need drink
I need drugs
I need food
I need cash
I need you to love me back

I need
I need
I need
I need"

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Um pouco de punk-rock para ilustrar o dia de hoje... alegria descompromissada, sem sentido e irrestrita. O punk-rock é contracultura em estado puro. E eu preciso disso também...

Calvin e o efeito "sala de aula"


(Calvin): Para a tarefa de hoje, eu trouxe uma pequena maravilha da natureza para mostrar a vocês: um floco de neve.
(Calvin): Eu acho que todos nós podemos aprender uma lição deste pedaço de cristal único e requintado...
(Calvin): ... que se transforma em uma entediante e comum molécula de água, exatamente igual a qualquer outra, quando você a traz para uma sala de aula.
(Calvin): E agora, enquanto a analogia afunda, eu os deixo com os pingos e vou lá para fora.
(Professora): CALVIN!!!

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Dilbert e a explicação para a mediocridade


(Dilbert): Estudos mostram que leva 10 mil horas de prática para ser ótimo em algo.
(Dogbert): Eu penso que a força de vontade para praticar a mesma coisa por 10 mil horas é uma doença mental.
(Dilbert): Isso me fez sentir melhor a respeito de minha mediocridade.
(Dogbert): De nada.

A evolução de 200 nações em 200 anos


Esse é um video muito interessante sobre a melhoria na expectativa de vida e dos salários em 200 países do mundo durante os últimos 200 anos, exibindo de uma maneira interativa e intuitiva. O mais interessante é a otimista conclusão de que a humanidade toda ruma para o canto superior direito de riqueza e saúde. Será mesmo?

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Lilly Wood & The Prick - Concerto + Versos do Dia: Long Way Back



Eu não vou ao cinema apenas para assistir os filmes de meus diretores favoritos ou de atores que aprecio. Não, eu vou até para assistir a filmes que eu, antecipadamente, sei que provavelmente nem vou gostar.

Nessa minha nova fase de consumo das artes em que inverti as prioridades de cinema e música, nada mais natural que também passar a ir assistir concertos de bandas que desconheço, dando-me assim a possibilidade do prazer da surpresa.

Hoje fui assistir Lilly Wood & The Prick, ao vivo! Só por desencargo de consciência, algumas horas antes de ir ao local do show eu ouvi umas duas ou três músicas da banda... só para ter uma ideia do que me aguardava. Quase como que assistir ao trailer do filme, poucas horas antes de ir para a sessão.

E foi de fato uma surpresa. Agradável surpresa. Pude constatar o poder da música ao vivo. A banda possui energia no palco para defender suas composições. Gostei muito mais ouvindo-os ao vivo do que antes, confirmando o que o meu amigo Alexandre uma vez me falou: Música foi feita para ser ouvida ao vivo.

Um trechinho de "Long Way Back" para registrar os meus versos do dia:
"...And why is it that everybody thinks we're gone be alright
And we're playing all day all, day and all night

It's a long way back..."


Concertos menores permitem também uma interação maior com o público. Salas menores permitem uma vibração e uma alegria mais contagiantes do que multidões em estádios. É um intimismo repleto de entrega, por parte tanto do artista quanto do público. E a satisfação da banda ao ver as pessoas cantando uma música ou outra ou interagindo com palmas e assovios era bonito de se ver. Músicos fazendo música diante de um público que foi lá para apreciar, e não por hype.

A banda francesa que tem vocalista israelense e canta em inglês faz um pop/rock básico mas não grudento. É alegre e consegue entreter muito bem durante a uma hora e meia de um concerto. Não só de clássicos se faz a arte, há também espaço para entretenimento, leveza e simplicidade.

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Versos do Dia: Play Dead (Björk)


"darling stop confusing me
with your wishful thinking
hopeful enbraces
don't you understand?
i have to go through this
i belong to here where
no-one cares and no-one loves
no light no air to live in
a place called hate
the city of fear

i play dead
it stops the hurting
i play dead
and hurting stops
"