sexta-feira, outubro 07, 2005

Hotel Ruanda

Resolvi voltar ao Hotel Ruanda. O filme é aterrador e perturbador. É chocante. E não só pelas cenas de violência que o retrato de uma guerra civil pode proporcionar. É claro que ver um jipe trepidando por estar em uma estrada de corpos é algo que provoca reações. Mas o que mais me chocou no filme é o seu aspecto humanitário, ou melhor, de como o aspecto humanitário importa tão pouco quando os homens em questão não possuem representatividade militar, econômica, política e, no caso específico do filme, são negros.
O mais chocante no filme é ter percebido que a ONU e as nações que ela representa (o mundo, enfim) simplesmente virou as costas, deixou acontecer. A justificativa é simples: não há votos em jogo e a vitrine (a guerra em um país africano) não vai despertar atenção para justificar uma intervenção militar. Deixe que se matem. Representativamente um repórter americano explica ao personagem principal que o máximo que as imagens que coletou (o assassinato brutal de toda uma família) vai render é uma noticia no jornal noturno, que vai ser assistida como uma outra notícia qualquer.
E, vejamos agora, o que mais me perturbou: o motivo da tal guerra civil. A Ruanda foi colonizada pela Bélgica. Os poucos brancos que foram responsáveis pela colonização criaram uma distinção entre a população (alguns mais altos receberam uma designação enquanto outros, de menor estatura, receberam outra). Deixaram o país e o deixaram sob a administração dos tutsi (mais altos). Os hutus (mais baixos) deviam ser controlados. Percebam a crueldade dos belgas, apesar da inteligência estratégica de sua atitude. Conseguiram plantar a semente da futura guerra civil, ao dividir uma mesma raça segundo algum critério e, dando o poder a uma delas, gerar a segregação, a inveja, o ódio.
O mesmo repórter citado acima, em outro trecho do filme, pergunta a duas amigas ruandesas que conversam: "vocês são tutsi ou hutu?", recebe duas respostas diferentes e então, perplexo, concluir: "mas vocês podiam ser gêmeas".
E é essa a realidade do filme, em que existem famílias que possuem as duas "raças" e que, no momento da guerra, vêem-se divididas.
Concluindo: como é possível que possamos nos ver tão diferentes?

quinta-feira, outubro 06, 2005

Confuso

Mais uma da série "trocadilhos infames"...
Certo dia um amigo me disse: "estou confuso" e eu respondi: "-Claro, estamos no MS... se você não quer estar confuso vá para Brasilia."
Não, eu não tenho vergonha de publicar isso...

sábado, outubro 01, 2005

Novas músicas

Com a minha adesão à internet rapida em casa meus habitos com a música tem se alterado. Agora está muito mais fácil conhecer novas bandas, ouvir toda a discografia até mesmo de um artista que você acabou de conhecer e só quer "experimentar" melhor.
Fiz download de várias coisas e sequer consegui ouvir tudo. Mas já fiz algumas descobertas valiosas: Art Brut é muito divertido. Wilco e Weezer eram bandas que eu sempre ouvia dizer mas nunca conseguia ouvir. Ambos valem a pena. Maximo Park também tem boas canções.
Mas tem vários artistas pelos quais estou ansioso por comprar o novo album e fico meio assim ainda por ouvi-los no computador. É algum tipo de bloqueio puritano, de ter que colocar um CD no aparelho e apertar o play e não arrastar o mouse até o play e apertar o aparelho. Sei lá...
Na lista de "albuns novos que eu quero" estão artistas que gosto demais: Los Hermanos, Coldplay, Pato Fu, System of a Down, Zeca Baleiro, Queens of the Stone Age e White Stripes!
Nossa... ainda bem que o Natal está chegando!

O show não pode parar...

Não tenho visto tantos filmes e tenho também a impressão de que a safra de filmes não anda tão boa. Em 24 de fevereiro, neste blog, eu disse que estava ansioso por assistir Antes do Por do Sol, Mar Adentro e Herói.
Bom, já vi os 3 e de fato valeram a pena. Por motivos diferentes mas valeram. O que mais vai ficar marcado é o Antes do Por do Sol, pois aconteceu um fato engraçado durante a sessão. Assistimos aqui em casa, eu, a Dri, o Fabio e a Laura. Ao final da sessão tivemos duas percepções: uma romântica e uma realista/seca. A primeira foi defendida por mim e pelo Fabio e a outra, sem concessões, pelas moças. Sinal dos tempos.
Herói é bem superior ao Clã das Adagas Voadoras (que chegaram a estar em cartaz quase que simultaneamente...) enquanto enredo e os dois se equivalem enquanto espetáculo visual.
Mar Adentro é um filme denso, muito bem interpretado e dirigido e que faz pensar. Os argumentos e motivações do protagonista são muito bem apresentados e conduzidos. Me fez lembrar do Marcelo Rubens Paiva e o seu Feliz Ano Velho. Gostei mais das motivações e do trabalho artistico do espanhol Sampedro. Mas Rubens Paiva conseguiu superar a dor e a raiva da sua nova situação e reencontrou o prazer de viver (ao menos não estabeleceu uma cruzada pelo direito de não viver, como o espanhol).
Além destes só considero dignos de nota alguns outros poucos: Jogos Mortais (bom suspense), Sideways (me fez mal, como As Confissões de Schmidt também... Alexander Payne entende o que é sentir-se frustrado com a vida), Maria Cheia de Graça (bom produto de exportação da Colômbia...), Batman Begins e Sin City, Old Boy (esse merece um capítulo a parte!), Castelo Animado e Hotel Ruanda.
Como destaques negativos ficam Guerra dos Mundos e Quarteto Fantástico. Assisti no mesmo dia os dois e até dormi durante o filme do Spielberg. E olha que para eu dormir no cinema...

Aconteceu... virou Manchete!

Lembram-se desta vinheta? Pois é, não sei por que eu me lembrei...
Enfim, desde julho, data do último post, até hoje, aconteceram várias coisas comigo, mas sem dúvidas a principal delas foi ter-me tornado um noivo! Aconteceu no dia 27 de Agosto, já temos um ano de namoro e antes de completarmos um ano de noivado já pretendemos estar casados.
E que assim seja...
PS: Interessante como simples formalidades modificam substancialmente comportamentos.

Retomando

E aqui retomo as atividades deste blog... prometendo a mim mesmo não abandoná-lo à sua própria sorte novamente e tentar visitá-lo e escrever nele ao menos uma vez por semana...
Amém!

sexta-feira, julho 08, 2005

SET

Pela primeira vez em uns 9 anos eu comprei a revista SET de um mês sem ter terminado a do mês anterior... Não sei o que está acontecendo com o meu tempo e, principalmente, com a minha disposição.
E amanhã tem show do Los Hermanos em Brasilia. E no mesmo evento tem Pato Fu e Barão... Que pena que não poderei ir desta vez...

segunda-feira, junho 13, 2005

Comprei um carro e fui no White Stripes!

Pois é... finalmente tirei a carta e finalmente comprei o carro... fechei o negócio um dia antes do meu aniversário e peguei o carro três dias depois... Poxa, ter um carro traz uma comodidade e aumenta as facilidades. Muito bom. A propósito, é um corsa cinza.

E fui no show do White Stripes em São Paulo! Não fui de carro pois ainda dirijo mal na cidade, imagina na estrada! heheh...
O show foi super legal, com muita improvisação, hits de fora e um instrumental de primeira. O Jack White e a doidinha mandaram muito bem! Valeu mesmo a pena!
E valeu ainda mais por rever amigos queridos como o Teddy, Joe, Vanessa, Bart, Digão, Elisa, enfim, os paulistanos.
A Dri, o Yuri e eu voltamos de BRA... todos experimentando pela primeira vez o risco de ir ao solo. Mas foi tudo de boa, voa igual às outras.
PS: Alexandre, larga de ser assim. Eu estou esperando um e-mail sobre o Buscar até hoje! heheh

quarta-feira, maio 18, 2005

Cereja

Sei que vai entender
se preferi aguardar este momento
Sei que vai preferir
este tipo de reconhecimento.
O que eu oferecia antes,
era marcado pelo meu sofrimento,
por incertezas, esperanças nocivas, dor...
O que ofereço agora é algo suave,
maior, mais belo, prazeroso, encorajador...
É a vitória do convívio ao invés de
apenas um momento isolado.
É algo merecido, conquistado, adquirido.
Não é o que querias, pensando rápido,
de improviso.

Sei que vai entender que, assim como
as crianças que julgam não serem vistas
quando não estão vendo, também eu
julgo não ser entendido quando não entendo.

Mas sei também que você vai entender
que o lugar que conquistou é só teu
e que a cada novo dia você amplia
um pouco mais o espaço ocupado em mim.

E para encerrar preciso dizer
que mosca alguma poderá impedir
que me escutes... pois sempre procuro
falar não ao seu ouvido, mas ao seu coração!

Habilitação

Faltou dizer também que neste meio tempo em que estive ausente eu conclui minha peregrinação pela auto-escola e minha habilitação já está na carteira... de carro e moto. O engraçado é que tive muito mais dificuldade nas aulas de moto mas passei no exame de primeira... já o carro que tinha achado bem mais fácil, precisei de dois exames para ser aprovado...

Covers em Campo Grande

Há umas três semanas eu, a Dri, o Fábio Viduani e a Laura fomos ao Usina ver uns shows de algumas bandas cover...
A gente queria ver a Legião Urbana Cover (O Fábio revelou que já foi a dois shows da Legião... que coisa!! Nessa hora deu vontade...) e o Pearl Jam Cover. Acabou que assistimos uma banda de reggae que não era cover de ninguém e era ruim pra caramba... depois tocou Creedence Clearwater cover e depois começou o Linkin Park cover. Como já eram quase 4 da manhã e ainda faltavam Legião, Pearl Jam, Creed e Limp Bizkit desistimos de esperar e resolvemos ir embora sem assistir as bandas que queriamos mesmo...
Do estacionamento deu pra ouvir o Pearl Jam tocando no outro palco... Tinha dois ambientes e não haviamos percebido!! É demais... hehehe

PS: Dá pra acreditar que existe uma banda cover do Creed? Eles já são cover do Pearl Jam, não é?? Qual o sentido disso? São os imitadores dos imitadores do Silvio Santos...

Muito atrasado...

Estou muito atrasado com tudo. Não tenho visto filmes, não tenho trabalhado com meus projetos pessoais, não tenho lido revistas ou livros (só a SET), não tenho postado nada no blog... enfim, o único dos meus lazeres que ainda pratico diariamente é ouvir músicas... Isso porque a minha profissão permite, pois a causa dos atrasos (e cansaços) é justamente as longas jornadas de trabalho que estava encarando...
Aparentemente a saga acabou hoje... ainda bem!!

domingo, abril 24, 2005

Fui no show do Placebom!

Ufa! E não é que eu acabei conseguindo ir a um dos 8 shows que o Placebo veio fazer no Brasil?
Eu já tinha entregado os pontos, afinal vinha trabalhando feito louco na NDS para cumprir um prazo, até sábado e domingo eu tinha trabalhado.
Por conta dessa correria tive que descombinar com o Teddy (o show em Sampa vai ser na próxima quarta), encarar como uma possibilidade remota o convite do Alexandre para ir ver o show no Rio de Janeiro que será no próximo fim de semana e esquecer de vez a possibilidade de ir na terça feira ver o show em Campinas ficando no Robinson. Afinal, como pedir licença durante a semana se estava trabalhando até no fim de semana?
Enfim as coisas começaram a mudar quando o esforço foi recompensado com os resultados aparecendo e o serviço entrando no eixo. Quando eu consegui folgar no feriado de 21 de abril eu percebi que as coisas estavam melhores. Eu e a Dri fomos assistir O Clã das Adagas Voadoras (um espetáculo visual, super ótimo! hehe) e o show do Placebo ficava mesmo para uma próxima vinda deles ao Brasil (quando?). Até combinamos de ir ao aniversário surpresa do Robinson no sábado e tudo o mais.
Eis que o Elliando aparece na história e conta-nos da existência de uma excursão em uma van para o show do Placebo em Brasilia e que havia uma vaga sobrando. Foi a motivação que faltava, combinei com o Marco que iria viajar no fim de semana e já reservamos a ida da Dri na Van. Eu fui de ônibus ainda na sexta à noite. Tudo resolvido em questão de duas horas.
Depois de passar frio na viagem e de sentir-me estranhamente solto por não ter levado bagagem (tomei banho na sexta à noite antes de viajar e só voltei a tomar banho agora à pouco quando cheguei de volta da viagem!) eu cheguei em Brasilia, comemos no Shopping Terraço, comemoramos o 25o. aniversário do Elliando (sim, dia 23 ele fez anos!) e demos um passeio pela cidade com um amigo dele que mora lá.

Uau! Estávamos em Brasilia para ver o show do Placebo!! Inacreditável! E antes do Teddy e do Alexandre. Espero que o Teddy tenha recebido a mensagem que mandei pra ele durante o show! hehe.

O evento que assistimos era promovido pela Claro e se chamava "Claro q é Rock!". 5 bandas locais abriram para o Placebo e tocaram 5 músicas (próprias) cada. A melhor delas ganharia 15000 em instrumentos musicais. Essa foi a parte engraçada do show. O pessoal lá devia ser tudo parente/amigo dos integrantes de uma banda chamada "Valentina". Essa foi a última banda local a entrar no palco, mas o nome da banda era gritado (com mais ênfase que chamaram pelo Placebo posteriormente, diga-se de passagem) a cada música tocada pelos concorrentes.
A primeira banda, Super Quadra, era boa exceto pelo vocalista. A segunda era a minha candidata pois era original e irreverente, chamavam-se Sapatos Bicolores. A terceira, que acabou ganhando, imitava até que bem o som do Rage Against mas os dois vocalistas não conseguiam se fazer entender e não tinham emissão e dicção suficiente para "segurar a onda". A quarta era a mais original mas era um pé. E finalmente entrou no palco a tal "Valentina". E o público cantou todas junto com a banda... que para minha surpresa era um "clone" do Placebo. O vocalista todo afetado, corte de cabelo e trejeitos idênticos ao do Brian Molko (e tinha até uma certa semelhança física). Foi uma coisa. Eu até brinquei - correndo risco de ser apedrejado na platéia - gritando para eles tocarem outra música, quando eles já estavam lá pela terceira composição. É que infelizmente todas as músicas eram idênticas, só mudava a letra. E a vontade de ser "Placebo" acabou atrapalhando.

Mas o show do Placebo foi fantástico e valeu a pena todo o cansaço e a correria. Das que eu queria mesmo ouvir só não tocaram "Sleeping with Ghosts". O Molko fala pouco durante o show mas achei simpático e atencioso com o público. O baixista quer ser a estrela do show, faz de tudo, toca metade das músicas equilibrando o baixo elevando-o o máximo possível e eu até notei um baixista backup lá no fundo que é para apresentação continuar. Mas foi muito bom e eu descobri que eu gosto mais de Placebo do que eu imaginava.

E outro ponto importante é quanto aos fãs campograndenses da banda. Eu me senti até meio deslocado, cantavam todas de cor, sabiam de qual álbum e qual o nome da música e tudo o mais. Na van eu acabei voltando e a Dri ficou para voltar de ônibus no domingo (tenho que estar no trabalho amanhã as 7:30h!!). E o pessoal da Van voltou comentando cada coisa do show que eu mal tinha percebido e lembraram outras músicas além de "Sleeping.." que não foram tocadas, e como ele mudou isso ou aquilo... Impressionante.

Pra encerrar eu ouvi dizer que o White Stripes tocará em São Paulo em 04 de Julho... Teddy a postos??

sexta-feira, março 25, 2005

O Indecifrável

Eu gosto de procurar o indecifrável
até mesmo nas coisas mais simples.
Mas já não as encontro.
Não, não as decifrei.
Parei de vê-las.

Guerreiro queria ser, mas não me tornei.
A vida não me talhou assim.
Terá sido bom?

Sonhei com o impossível, um dia desses,
e nem consegui reproduzir o sentimento
como já fiz outrora.
O processo de cristalização me consumiu.

Mas não sou cristal, nem diamante, nem negro.
Sonhei com o possível por duas vezes.
Uma ontem e outra há um ano.

Mas o possível torna-se impossível
quando acordo, pois sou eu quem tem que
realizá-lo e não minhas vontades subconscientes.

Acordado eu também sonho. E falo sobre meus
sonhos, com meus amigos imaginários.
Agora eu imagino como eles devem
se sentir a meu respeito...
Sou um sonhador de cristal escurecido,
mas queria ser um guerreiro.

Em inglês soa bem também: "warrior".
Guerreamos diariamente em nossas vidas.
Somos fortes, vencedores?

Hitch

Assisti Hitch ontem a noite. Não vou ficar comentando sobre o filme aqui pois não tem muito a ver, o filme é divertido, trata do seu tema inusitado de forma interessante e tem um casal secundário mais interessante que o casal principal.
O que aconteceu no filme que mereceu mesmo a minha atenção foi:
Em um determinado momento do filme um personagem tem os pêlos de suas costas depilados. E ao gritar de dor a legenda que apareceu foi: "Cacilda Becker". Ué!? Que coisa, o Leandro virou tradutor de cinema? Não sabia que o curso de Física tinha tantas áreas de atuação!

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Filmes vistos e não vistos

Não vistos tem Mar Adentro, Antes do Por do Sol e Herói. Estou loba mas os benditos não estreiam... O Paulo Vargas até tinha um deles em CD mas não quis emprestar.

Dos vistos teve dois fantásticos e um muito bom. Closer é fantástico, um filme realista sobre o impacto da sinceridade nos relacionamentos e sobre a confusão que é, inerentemente, qualquer relação duradoura. Muito bem interpretado, com trilha sonora inesquecível e um roteiro maduro. O outro fantástico é Em Busca da Terra do Nunca. Um filme tocante sobre a concepção de um clássico, com Johnny Depp contido mesmo com uma colher no nariz.

Muito bom é ver Leonardo DiCaprio, cujos filmes iniciais eram escolhas arriscadas e que apresentavam um ator de mão cheia, voltar as boas interpretações pelas mãos de Scorsese. Howard Hughes era um ser complexo e interessante e a sua cine-biografia é um pouco cansativa em seu meio (o inicio e o fim são muito bons) e retrata a paranóia, os delirios e as visões de um gênio...

Pontapé

O contrário de pontapé é ponta-cabeça?

A Fantástica Indústria da Previsão do Tempo

Todos nós sabemos que a previsão do tempo é uma ciência furada. Se a meteorologia prevê chuva podemos sair tranquilos e calmos mas caso a previsão seja de sol, prepare o guarda-chuvas.
Finalmente eu consegui entender a lógica disso tudo. A previsão do tempo, no fundo, visa combater o desemprego oferecendo vagas aos, digamos, menos providos de talento.

Vejamos: cientista mal-sucedido vira meteorologista, modelo que não dá muito certo vira "garota do tempo", vendedor sem talento vira "ambulante" que oferece guarda-chuva já na chuva quando o patrão (o tal cientista-meteórologo frustrado) avisa que vai chover... É uma máfia, uma super-produção...

Ingreis

Pois é, saiu o resultado do exame oral do Pitman que eu fiz no fim do ano passado. Atrasou mas saiu. Prestei o nivel Higher Intermediate e atingi nível "first class". Me achei. Agora é esperar o resultado do exame escrito...

Pra provar o meu amor pela língua eu vou postar aqui um raciocinio lógico em inglês... para dizer para 'prestarem atenção' dizemos "pay attention", o que ao pé da letra quer dizer para "pagarem atenção". Quer dizer então que, como as linguas são equivalentes (essa é boa), prestar e pagar são sinônimos... (já traduziram nome de filme ao pé da letra... divertido, né?).
Sendo assim podemos dizer em português "presta um dinheiro" e depois não pagar nada... afinal, alguém já "devolveu atenção"?

Bem, eu reli o que escrevi acima e nem eu entendi... mas comigo é assim... quanto mais doença melhor! hehehe

Novidades da NDS

Não há de ver que o Ivan foi embora fazer mestrado na Unicamp. Agora Strokes, Franz Ferdinand, Libertines (é, Paulo Vargas, acho que acabou mesmo... mas se a carreira solo for à la Frank Black ou Morrissey, tudo bem!) e White Stripes não são mais pedidas diárias... Mas nem por isso deixam de tocar todo dia!
Hoje estive pensando em como a minha vida parece mesmo ser meio cíclica...
Estou novamente na NDS, novamente tem um Alexandre que trabalha lá comigo e novamente chega um cara que resolve malhar e fala que vai começar a trazer lanchinho toda tarde e sugere fazer um rodízio para cada um trazer um dia da semana. Será possível? Não vejo a hora de entrar na faculdade de novo e pedir para minha mãe pagar o aluguel!

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Libertines e Franz Ferdinand

...Fico aqui na NDS ouvindo Franz Ferdinand e Libertines o dia todo... e como isso é bom! O trabalho flui melhor e o sorriso não sai do rosto. Ouçam e me digam se não é verdade.

domingo, janeiro 23, 2005

Cinema Brasileiro

O Cinema Brasileiro está mesmo diferente. E isso é bom. Filmes descompromissados, ou melhor, compromissados apenas com o nosso divertimento, começam a ser produzidos e começamos a ter senão uma indústria cinematográfica ao menos vários e vários realizadores das 5 regiões com seus trabalhos em cartaz. Já existe até, novamente, o conceito de cinematografia dos autores. Tal como o Jorge Furtado e o seu cinema de referências pop e preocupado com a amarração do roteiro e o humor. Já possuimos até, neste caso, o nascimento de uma dupla como De Niro-Scorsese (ou atualmente, DiCaprio-Scorsese) ou Depp-Burton, com Lázaro Ramos atuando nos dois últimos filmes do realizador gaúcho. Assisti o ótimo Meu Tio Matou um Cara, que sucede O Homem que Copiava e é igualmente bom. Talvez ainda melhor.

Fui no mesmo dia assistir o fiasco Doze Homens e Outro Segredo. Ruim de doer com a única exceção sendo a divertida seqûencia Julia Roberts-Bruce Willis se encontram inesperadamente em hotel.

domingo, janeiro 16, 2005

Placebo

Quero ir no show do Placebo. Ou melhor, eu vou no show do Placebo! hehehe

Cinema

Está acontecendo o 2o. Festival de Cinema de Campo Grande. Assisti dois filmes. Má Educação do Almodovar (muito bom) e Jornada da Alma (também muito bom). Perdi Nina... queria ter visto.

No Cinemark vi recentemente Os Incriveis (hoje! Fomos eu, a Dri e o Mattheus, irmãozinho dela), que é excelente... os problemas corriqueiros e rotineiros de uma família cujos pais estão com problemas conjugais, o filho é problemático na escola e a filha adolescente é insegura. Mas o que torna eles incriveis? O fato de eles terem quase os mesmos poderes do Quarteto Fantástico (exceto pelo filho, que tem poderes do Flash) e estarem no primeiro longa de ação feito em formato de desenho animado... muito legal, recomendo.

Vimos também o pavoroso Bridget Jones: No Limite da Razão. Podre de dar dó.

Vamos voltar com a sessão de vídeo?

Novas

Coisas novas. O ano, por exemplo. É novinho, novinho. No ano passado fiz muita coisa interessante e considero um ano de virada na vida. Esse ano vai ser de consolidação, de realização. É o primeiro ano que vou poder enxergar inteiro.

No final de janeiro vou saber se passei no exame do Pitman. Prestei Higher Intermediate para oral e Intermediate para escrita e uso de inglês.

Estou fazendo as aulas (ouviu, Paulo Vargas) na auto-escola. Já fiz 9 e só faltam 21! heheh. É incrivel como as pessoas conseguem preferir perder tempo fazendo piadinhas a ganhar tempo tentando assimilar algo.

Estou bastante feliz também com a Dri, minha companheira. Ela tem me ajudado muito e me ensinado muito. É muito legal sentir apoio, conforto e fortaleza. Fim de ano foi em Costa Rica (natal) e Barra do Garças (ano novo). Legal. Primeira viagem juntos.

Ano novo e projetos novos. Muita coisa espero que aconteça, mas acho melhor não esperar sentado pois dai a chance de acontecer aumenta.

Pro Alexandre

Eu percebi que não postar com uma freqûencia minima de uma semana afasta os meus leitores! heheheh

Este post é dedicado ao meu amigo Alexandre Holland. E também ao Antonio, que encontrei no sábado a noite na feira e me disse que entra aqui e não ve novidades e está pra desistir...

Eu estou devendo um caco de vidro pro Alexandre. Falta só lembrar o assunto.

Mas vou aproveitar o post para dizer que a noiva do Bixandre disse pra mim que ele é um hobbit e que eu agradeço muito por uma ligação que ele fez em um domingo do ano passado. Ele não sabe como foi importante.

E aproveito esse post também para dizer que escreverei sem falta no minimo uma vez por semana... não desistam de mim. huahuhahuahuahuahua

Terceiro caco de vidro

MEU REFLEXO EM UM CACO DE VIDRO

O que leva cada um de nós a fazer o que fazemos todos os dias? O que me leva a acordar todas as manhãs (ao menos de Segunda a Sexta), levantar-me cinco ou dez minutos depois do despertador me acordar, escovar os dentes, banhar-me, comer correndo e pegar uma carona para o serviço. Trabalhar o dia todo numa correria só parando um pouquinho para uns comentários sobre como foi o fim de semana, o que fazer à noite ou para tomar um cafezinho. Fazer alguma coisa à noite ou no fim de semana para poder ter uma resposta para as perguntas no serviço sem precisar mentir e nem dizer: não fiz nada ou não tenho planos para hoje. Por que eu faço tudo isso?

Eu imaginava, quando era ainda mais jovem – sim eu sou muito jovem, que a vida adulta era uma vida de certezas ou ao menos de uma consciência maior. Eu sabia disso, na verdade. Pois só podia ser, era o caminho natural. Era natural pois à medida que eu crescia eu ia tendo maior consciência e também maior entendimento das coisas. Portanto quando eu tivesse 25 anos, como tenho hoje, eu seria uma pessoa com uma consciência adulta e um entendimento bastante bom das coisas. Mas não. Sei que vão me taxar de perdido (ao menos uma pessoa vai) mas isso não me incomoda. Preferia ter consciência hoje ou ter me enganado menos na infância e adolescência.

Eu sabia por quê eu ia brincar de bola ou de betes na rua. Era porque eu queria, eu me divertia fazendo aquilo. Eu sabia também por quê eu estudava tanto na época da universidade. Era para me formar e tentar conseguir um bom emprego depois. E é claro que eu sei que hoje eu trabalho para ter dignidade, para meu sustento, para ser um cidadão respeitável (parafraseando Raul). E é comum a nostalgia de querer voltar a ser criança pois é só lá que nos divertíamos sem culpa. A infância é o passado que não volta, a adolescência e os estudos são uma preparação para o futuro que se tornou o presente que é um continuar vivendo até a velhice. É claro que não precisa ser assim mas é assim que é. E é claro que eu não pretendo falar sobre todos apesar de imaginar que é possível que existam pessoas que sintam-se mais ou menos como eu.

Mas afinal do que é que eu estou falando? Eu queria perguntar a quem ler esse texto o seguinte: o que leva você a ler um livro? O que leva você a ver um filme na TV? O que leva você ao cinema? O que leva você a comprar um CD? O que leva você a um concerto de rock? O que leva você ao teatro? O que leva você a sair de casa? O que leva você a ficar em casa? O que leva você a beber cerveja? O que leva você a não beber? O que leva você à igreja?

Todas essas perguntas tem alguns motivos importantes. O primeiro deles é que eu acho que ter consciência é saber responder a TODAS essas perguntas sem titubear. É conhecer-se a ponto de saber por quê você diz ‘-Tudo bem’ ao invés de ‘-Vá se danar’. É saber que você não se arrepende de engolir sapos – e por isso não se lamentar do sabor deles ao passar apertado pela sua garganta. Conhecer-se é ter consciência do que faz gente ser o que a gente é e é também a chave para propor a si mesmo uma mudança. Dar-se uma chance de corrigir o que conscientemente não satisfaz.
A segunda coisa a respeito de todas as perguntas é que os amigos tem a ver com a maioria das minhas respostas e isso reflete o quanto eles são importantes para mim. Eu leio um livro para adquirir conhecimento, divertir-me ou para poder conversar com ele com meus amigos? Eu acho que existe muito mais no esquema de indicações de leituras do que julgamos. Eu ouço as músicas que os meus amigos gostam e eu tendo a gostar também. É claro que existem exceções e não estou nem cogitando a anulação da individualidade mas o fato é que, para mim, as amizades interferem bastante no que a gente é e no que a gente faz. Tanto nas frivolidades que mencionei quanto nas questões que realmente importam.

E isso faz com que eu compartilhe com os amigos que porventura lerem até aqui uma constatação à qual eu cheguei: ser adulto é preocupar-se com sua alma. Isso é ter consciência. É querer que todo ato e pensamento seja na direção do seu melhor. Eu quero ser o melhor profissional para ter uma carreira melhor, quero ser o melhor amigo para ter os melhores amigos, quero ser o melhor companheiro para ter a melhor companheira. E tudo isso que eu disse depende de mim. Eu é que tenho que tentar ser o melhor de mim, purificar-me, depurar-me. E outra coisa que a consciência vai permitir é encarar de frente os meus sonhos e, dadas as minhas limitações, transformar parte deles em vida real. É parar de se preocupar com besteiras e com atitudes que não merecem vinte centavos e nem trinta segundos de atenção.

A partir de hoje eu queria ter consciência do que sou e do que poderei me tornar. Ah, como eu queria que fosse fácil... mas ao que é fácil não é dado o devido valor e creio que às descobertas feitas com suor, redenção, lágrimas e empenho é que devemos almejar.

Quem sabe quando eu conseguir ter consciência – tendo em vista que eu já tenho consciência de que ter consciência é importante – eu consiga responder todas as perguntas que me faço, saber por quê eu trabalho todos os dias e não só três vezes por semana, por quê eu não faço e digo só o que me divertiria ou me satisfaria, por quê eu vou ao cinema e leio revistas sobre o assunto. Saber por quê e para quê eu existo, enfim.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

O Segundo Caco de Vidro

MEU REFLEXO EM UM CACO DE VIDRO II

O tempo anda me incomodando cada vez mais. De acordo com o Chapeleiro Louco ele é uma pessoa assim como vocês e eu e temos que ser amigos dele para que ele colabore conosco. Como ainda não o conheço pessoalmente fico à merce de seus desígnios. O fato é que o assunto que eu intento abordar nessa minha segunda incursão como cronista, ou divagador se preferirem, necessitaria de tempo para uma pesquisa mais aprofundada. É óbvio que além do tempo, que combato ocupando-me intensamente e começo até a desconfiar dessa minha tática, a preguiça também foi um fator preponderante. Mas culpo o tempo, vil inimigo, pelos argumentos falhos e mau conduzidos que vou apresentar.

Depois desse breve introdutório que pretende me redimir do ridículo apresento o tema de fato desse texto: o pensamento. Eu estou me sentindo um tanto quanto obcecado pelo fato de ser capaz de pensar. Mas o pensar que eu quero discutir é aquele que não precisa ganhar o mundo através dos textos e das palavras e sim aquele pensamento íntimo, formado em nosso cérebro e que apenas serve para planejarmos, articularmos, orientarmo-nos no mundo.

Apresentarei agora alguns dos temas que deveriam ter sido aprofundados para esse texto. Primeiro o fato de que pensamos o tempo todo. A atividade cerebral é incessante, apesar de por vezes nem nós sabermos dizer em que estamos pensando. Sempre estamos pensando em algo e, provavelmente, às vezes não nos percebemos disso pelo fato de não sabermos a sensação de não-pensar e querermos incosciente experimentá-la ou ainda por nos habituarmos ao pensar a ponto de esquecê-lo, como nos acostumamos com os barulhos à nossa volta ao ponto de também não percebê-los após um certo tempo de exposição.

Em segundo lugar trago os conselhos e a experiência dos que ensinam línguas estrangeiras às pessoas que dizem que assimilar as regras e as palavras de uma determinada língua é uma tarefa não tão difícil quanto "pensar" em determinada língua. É comum ouvirmos que seremos ensinados a "pensar" em inglês (ou outra língua qualquer). Isso é facilmente explicado pela implacabilidade do Tempo, este homem enigmático, que não permite que você "pense" em sua língua nativa, traduza para o idioma em que está conversando e só então pronuncie a sua frase. Isso tornaria suas conversas lentas e entediantes para o seu interlocutor. É necessário, portanto, que você já formule as suas frases, seus pensamentos, suas idéias na língua em que está conversando.

Pois bem. Supondo então que eu saiba, de fato, expressar-me perfeitamente em português e inglês. Isso significa que eu sou capaz de pensar em português e inglês. Mas que constatação interessante essa, se de fato proceder. E como as regras e palavras e contextos e expressões são diferentes entre as línguas eu também sou obrigado a pensar diferente, adequando-me à língua na qual meu pensamento está sendo formulado. Mas fico eu com a seguinte pergunta: é necessário então uma língua para podermos pensar? O que pensa um bebê que ainda não tem uma línguagem desenvolvida? Ou será que a linguagem é somente a forma que a humanidade encontrou de expressar o seu pensamento...?

É exatamente essa última pergunta que me motivou a escrever esse texto. A resposta óbvia para ela é "Não" pois para a humanidade "inventar" uma linguagem é necessário utilizar-se do pensamento e portanto a simples existência da línguagem requer que o pensamento tenha sido instigado em alguma outra forma de expressão. Mas quando fazemos planos, traçamos metas e produzimos os nossos pensamentos íntimos sempre nos utilizamos de nossa línguagem e para aprender outra linguagem temos de aprender a pensar em outra linguagem. Então como são os pensamentos formados sem uma linguagem? Serão esses um subconjunto dos sentimentos? Ou será ainda que a linguagem é um conceito nativo, essencial, que é desenvolvido naturalmente por todo ser humano? Acredito que a resposta para essa última pergunta é obviamente "Não". Tarzan não sabia falar uma "língua" coletiva, o que define de certa forma uma linguagem. Tarzan podia até possuir e produzir um conjunto de símbolos e sons que utilizasse quando queria expressar-se. Mas e se Tarzan tivesse um irmãozinho, teriam eles produzido uma linguagem?