segunda-feira, janeiro 24, 2005

Libertines e Franz Ferdinand

...Fico aqui na NDS ouvindo Franz Ferdinand e Libertines o dia todo... e como isso é bom! O trabalho flui melhor e o sorriso não sai do rosto. Ouçam e me digam se não é verdade.

domingo, janeiro 23, 2005

Cinema Brasileiro

O Cinema Brasileiro está mesmo diferente. E isso é bom. Filmes descompromissados, ou melhor, compromissados apenas com o nosso divertimento, começam a ser produzidos e começamos a ter senão uma indústria cinematográfica ao menos vários e vários realizadores das 5 regiões com seus trabalhos em cartaz. Já existe até, novamente, o conceito de cinematografia dos autores. Tal como o Jorge Furtado e o seu cinema de referências pop e preocupado com a amarração do roteiro e o humor. Já possuimos até, neste caso, o nascimento de uma dupla como De Niro-Scorsese (ou atualmente, DiCaprio-Scorsese) ou Depp-Burton, com Lázaro Ramos atuando nos dois últimos filmes do realizador gaúcho. Assisti o ótimo Meu Tio Matou um Cara, que sucede O Homem que Copiava e é igualmente bom. Talvez ainda melhor.

Fui no mesmo dia assistir o fiasco Doze Homens e Outro Segredo. Ruim de doer com a única exceção sendo a divertida seqûencia Julia Roberts-Bruce Willis se encontram inesperadamente em hotel.

domingo, janeiro 16, 2005

Placebo

Quero ir no show do Placebo. Ou melhor, eu vou no show do Placebo! hehehe

Cinema

Está acontecendo o 2o. Festival de Cinema de Campo Grande. Assisti dois filmes. Má Educação do Almodovar (muito bom) e Jornada da Alma (também muito bom). Perdi Nina... queria ter visto.

No Cinemark vi recentemente Os Incriveis (hoje! Fomos eu, a Dri e o Mattheus, irmãozinho dela), que é excelente... os problemas corriqueiros e rotineiros de uma família cujos pais estão com problemas conjugais, o filho é problemático na escola e a filha adolescente é insegura. Mas o que torna eles incriveis? O fato de eles terem quase os mesmos poderes do Quarteto Fantástico (exceto pelo filho, que tem poderes do Flash) e estarem no primeiro longa de ação feito em formato de desenho animado... muito legal, recomendo.

Vimos também o pavoroso Bridget Jones: No Limite da Razão. Podre de dar dó.

Vamos voltar com a sessão de vídeo?

Novas

Coisas novas. O ano, por exemplo. É novinho, novinho. No ano passado fiz muita coisa interessante e considero um ano de virada na vida. Esse ano vai ser de consolidação, de realização. É o primeiro ano que vou poder enxergar inteiro.

No final de janeiro vou saber se passei no exame do Pitman. Prestei Higher Intermediate para oral e Intermediate para escrita e uso de inglês.

Estou fazendo as aulas (ouviu, Paulo Vargas) na auto-escola. Já fiz 9 e só faltam 21! heheh. É incrivel como as pessoas conseguem preferir perder tempo fazendo piadinhas a ganhar tempo tentando assimilar algo.

Estou bastante feliz também com a Dri, minha companheira. Ela tem me ajudado muito e me ensinado muito. É muito legal sentir apoio, conforto e fortaleza. Fim de ano foi em Costa Rica (natal) e Barra do Garças (ano novo). Legal. Primeira viagem juntos.

Ano novo e projetos novos. Muita coisa espero que aconteça, mas acho melhor não esperar sentado pois dai a chance de acontecer aumenta.

Pro Alexandre

Eu percebi que não postar com uma freqûencia minima de uma semana afasta os meus leitores! heheheh

Este post é dedicado ao meu amigo Alexandre Holland. E também ao Antonio, que encontrei no sábado a noite na feira e me disse que entra aqui e não ve novidades e está pra desistir...

Eu estou devendo um caco de vidro pro Alexandre. Falta só lembrar o assunto.

Mas vou aproveitar o post para dizer que a noiva do Bixandre disse pra mim que ele é um hobbit e que eu agradeço muito por uma ligação que ele fez em um domingo do ano passado. Ele não sabe como foi importante.

E aproveito esse post também para dizer que escreverei sem falta no minimo uma vez por semana... não desistam de mim. huahuhahuahuahuahua

Terceiro caco de vidro

MEU REFLEXO EM UM CACO DE VIDRO

O que leva cada um de nós a fazer o que fazemos todos os dias? O que me leva a acordar todas as manhãs (ao menos de Segunda a Sexta), levantar-me cinco ou dez minutos depois do despertador me acordar, escovar os dentes, banhar-me, comer correndo e pegar uma carona para o serviço. Trabalhar o dia todo numa correria só parando um pouquinho para uns comentários sobre como foi o fim de semana, o que fazer à noite ou para tomar um cafezinho. Fazer alguma coisa à noite ou no fim de semana para poder ter uma resposta para as perguntas no serviço sem precisar mentir e nem dizer: não fiz nada ou não tenho planos para hoje. Por que eu faço tudo isso?

Eu imaginava, quando era ainda mais jovem – sim eu sou muito jovem, que a vida adulta era uma vida de certezas ou ao menos de uma consciência maior. Eu sabia disso, na verdade. Pois só podia ser, era o caminho natural. Era natural pois à medida que eu crescia eu ia tendo maior consciência e também maior entendimento das coisas. Portanto quando eu tivesse 25 anos, como tenho hoje, eu seria uma pessoa com uma consciência adulta e um entendimento bastante bom das coisas. Mas não. Sei que vão me taxar de perdido (ao menos uma pessoa vai) mas isso não me incomoda. Preferia ter consciência hoje ou ter me enganado menos na infância e adolescência.

Eu sabia por quê eu ia brincar de bola ou de betes na rua. Era porque eu queria, eu me divertia fazendo aquilo. Eu sabia também por quê eu estudava tanto na época da universidade. Era para me formar e tentar conseguir um bom emprego depois. E é claro que eu sei que hoje eu trabalho para ter dignidade, para meu sustento, para ser um cidadão respeitável (parafraseando Raul). E é comum a nostalgia de querer voltar a ser criança pois é só lá que nos divertíamos sem culpa. A infância é o passado que não volta, a adolescência e os estudos são uma preparação para o futuro que se tornou o presente que é um continuar vivendo até a velhice. É claro que não precisa ser assim mas é assim que é. E é claro que eu não pretendo falar sobre todos apesar de imaginar que é possível que existam pessoas que sintam-se mais ou menos como eu.

Mas afinal do que é que eu estou falando? Eu queria perguntar a quem ler esse texto o seguinte: o que leva você a ler um livro? O que leva você a ver um filme na TV? O que leva você ao cinema? O que leva você a comprar um CD? O que leva você a um concerto de rock? O que leva você ao teatro? O que leva você a sair de casa? O que leva você a ficar em casa? O que leva você a beber cerveja? O que leva você a não beber? O que leva você à igreja?

Todas essas perguntas tem alguns motivos importantes. O primeiro deles é que eu acho que ter consciência é saber responder a TODAS essas perguntas sem titubear. É conhecer-se a ponto de saber por quê você diz ‘-Tudo bem’ ao invés de ‘-Vá se danar’. É saber que você não se arrepende de engolir sapos – e por isso não se lamentar do sabor deles ao passar apertado pela sua garganta. Conhecer-se é ter consciência do que faz gente ser o que a gente é e é também a chave para propor a si mesmo uma mudança. Dar-se uma chance de corrigir o que conscientemente não satisfaz.
A segunda coisa a respeito de todas as perguntas é que os amigos tem a ver com a maioria das minhas respostas e isso reflete o quanto eles são importantes para mim. Eu leio um livro para adquirir conhecimento, divertir-me ou para poder conversar com ele com meus amigos? Eu acho que existe muito mais no esquema de indicações de leituras do que julgamos. Eu ouço as músicas que os meus amigos gostam e eu tendo a gostar também. É claro que existem exceções e não estou nem cogitando a anulação da individualidade mas o fato é que, para mim, as amizades interferem bastante no que a gente é e no que a gente faz. Tanto nas frivolidades que mencionei quanto nas questões que realmente importam.

E isso faz com que eu compartilhe com os amigos que porventura lerem até aqui uma constatação à qual eu cheguei: ser adulto é preocupar-se com sua alma. Isso é ter consciência. É querer que todo ato e pensamento seja na direção do seu melhor. Eu quero ser o melhor profissional para ter uma carreira melhor, quero ser o melhor amigo para ter os melhores amigos, quero ser o melhor companheiro para ter a melhor companheira. E tudo isso que eu disse depende de mim. Eu é que tenho que tentar ser o melhor de mim, purificar-me, depurar-me. E outra coisa que a consciência vai permitir é encarar de frente os meus sonhos e, dadas as minhas limitações, transformar parte deles em vida real. É parar de se preocupar com besteiras e com atitudes que não merecem vinte centavos e nem trinta segundos de atenção.

A partir de hoje eu queria ter consciência do que sou e do que poderei me tornar. Ah, como eu queria que fosse fácil... mas ao que é fácil não é dado o devido valor e creio que às descobertas feitas com suor, redenção, lágrimas e empenho é que devemos almejar.

Quem sabe quando eu conseguir ter consciência – tendo em vista que eu já tenho consciência de que ter consciência é importante – eu consiga responder todas as perguntas que me faço, saber por quê eu trabalho todos os dias e não só três vezes por semana, por quê eu não faço e digo só o que me divertiria ou me satisfaria, por quê eu vou ao cinema e leio revistas sobre o assunto. Saber por quê e para quê eu existo, enfim.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

O Segundo Caco de Vidro

MEU REFLEXO EM UM CACO DE VIDRO II

O tempo anda me incomodando cada vez mais. De acordo com o Chapeleiro Louco ele é uma pessoa assim como vocês e eu e temos que ser amigos dele para que ele colabore conosco. Como ainda não o conheço pessoalmente fico à merce de seus desígnios. O fato é que o assunto que eu intento abordar nessa minha segunda incursão como cronista, ou divagador se preferirem, necessitaria de tempo para uma pesquisa mais aprofundada. É óbvio que além do tempo, que combato ocupando-me intensamente e começo até a desconfiar dessa minha tática, a preguiça também foi um fator preponderante. Mas culpo o tempo, vil inimigo, pelos argumentos falhos e mau conduzidos que vou apresentar.

Depois desse breve introdutório que pretende me redimir do ridículo apresento o tema de fato desse texto: o pensamento. Eu estou me sentindo um tanto quanto obcecado pelo fato de ser capaz de pensar. Mas o pensar que eu quero discutir é aquele que não precisa ganhar o mundo através dos textos e das palavras e sim aquele pensamento íntimo, formado em nosso cérebro e que apenas serve para planejarmos, articularmos, orientarmo-nos no mundo.

Apresentarei agora alguns dos temas que deveriam ter sido aprofundados para esse texto. Primeiro o fato de que pensamos o tempo todo. A atividade cerebral é incessante, apesar de por vezes nem nós sabermos dizer em que estamos pensando. Sempre estamos pensando em algo e, provavelmente, às vezes não nos percebemos disso pelo fato de não sabermos a sensação de não-pensar e querermos incosciente experimentá-la ou ainda por nos habituarmos ao pensar a ponto de esquecê-lo, como nos acostumamos com os barulhos à nossa volta ao ponto de também não percebê-los após um certo tempo de exposição.

Em segundo lugar trago os conselhos e a experiência dos que ensinam línguas estrangeiras às pessoas que dizem que assimilar as regras e as palavras de uma determinada língua é uma tarefa não tão difícil quanto "pensar" em determinada língua. É comum ouvirmos que seremos ensinados a "pensar" em inglês (ou outra língua qualquer). Isso é facilmente explicado pela implacabilidade do Tempo, este homem enigmático, que não permite que você "pense" em sua língua nativa, traduza para o idioma em que está conversando e só então pronuncie a sua frase. Isso tornaria suas conversas lentas e entediantes para o seu interlocutor. É necessário, portanto, que você já formule as suas frases, seus pensamentos, suas idéias na língua em que está conversando.

Pois bem. Supondo então que eu saiba, de fato, expressar-me perfeitamente em português e inglês. Isso significa que eu sou capaz de pensar em português e inglês. Mas que constatação interessante essa, se de fato proceder. E como as regras e palavras e contextos e expressões são diferentes entre as línguas eu também sou obrigado a pensar diferente, adequando-me à língua na qual meu pensamento está sendo formulado. Mas fico eu com a seguinte pergunta: é necessário então uma língua para podermos pensar? O que pensa um bebê que ainda não tem uma línguagem desenvolvida? Ou será que a linguagem é somente a forma que a humanidade encontrou de expressar o seu pensamento...?

É exatamente essa última pergunta que me motivou a escrever esse texto. A resposta óbvia para ela é "Não" pois para a humanidade "inventar" uma linguagem é necessário utilizar-se do pensamento e portanto a simples existência da línguagem requer que o pensamento tenha sido instigado em alguma outra forma de expressão. Mas quando fazemos planos, traçamos metas e produzimos os nossos pensamentos íntimos sempre nos utilizamos de nossa línguagem e para aprender outra linguagem temos de aprender a pensar em outra linguagem. Então como são os pensamentos formados sem uma linguagem? Serão esses um subconjunto dos sentimentos? Ou será ainda que a linguagem é um conceito nativo, essencial, que é desenvolvido naturalmente por todo ser humano? Acredito que a resposta para essa última pergunta é obviamente "Não". Tarzan não sabia falar uma "língua" coletiva, o que define de certa forma uma linguagem. Tarzan podia até possuir e produzir um conjunto de símbolos e sons que utilizasse quando queria expressar-se. Mas e se Tarzan tivesse um irmãozinho, teriam eles produzido uma linguagem?