Ontem, na sala de shows Le Zenith, em Paris, assisti um concerto da diva Björk pela segunda vez.
Recentemente, em dezembro do último ano, eu afirmei que Camille havia tomado o lugar de Björk como minha cantora predileta. De lá para cá, voltei a ver Camille ao vivo e, duas semanas depois, vejo um show de Björk pela segunda vez. A primeira, em 2008, em Curitiba, no Tim Festival, pela turnê do álbum Volta. Agora, pela fasciante viagem musical proporcionada pelas músicas de Biophilia, em que ela canta acompanhada de um coral de várias meninas e de novos instrumentos - como é de praxe na prolífica e criativa vida de "engenheira de som" da artista. Resultado? A briga pelo primeiro posto na minha preferência volta a estar em aberto. E um empate técnico não está descartado.
Falando sobre o concerto, apesar da organização ter sido um tanto caótica, retardando o início do show em mais de uma hora devido a filas imensas na entrada - devido a não terem aberto os portões mais cedo - o Zenith é uma ótima opção para espetáculos musicais. Haviam 7 mil pessoas para assistir Björk e, tenho certeza, todos tiveram uma ótima e próxima visão do palco. A solução é que o palco é circular e colocado ao centro da sala de espetáculo. Depois havia a parte de solo - na qual eu estava - em que as pessoas assistem ao show em pé e, a seguir, as arquibancadas. Vi Björk a poucos metros de mim, apesar da lotação da sala de shows.
Outro ponto a destacar é a política da própria produção da turnê, que informam na entrada e antes do show começar que fotos e filmagens não são recomendados (para não dizer proibidos, o que seria inútil). O motivo? "Queremos que desfrutem da experiência musical hoje e agora, ao vivo! Não se distraiam. Colocaremos videos e fotos do show no site oficial da Björk após o concerto.". Achei uma excelente ideia. Bravo!
Biophilia não é apenas um álbum. Biophilia é um conceito. Para ilustrar isso da melhor maneira possível Björk se associou a David Attenborough, famoso por narrar documentários sobre História Natural para as principais emissoras britânicas. E ele narra o conceito por trás do álbum (veja o video abaixo).
Björk canta sobre o mundo natural desde seu Debut, em 1993. Várias músicas narram as formações geológicas da sua islândia natal. O oceano é palco e metáfora de sua própria casa ou lar. O cosmos é explorado em diversas canções, incluindo a excelente Pluto, que adoro citar. Montanhas aparecem sempre seja em suas letras, seja em seus vídeos. Em Biophilia esse interesse culmina em um álbum temático. Tudo é sobre natureza, sobre o mundo natural. Cosmogony descreve as possíveis formas de o universo ter se criado, mas temos um cardápio completo com músicas sobre a lua, a matéria escura, viruses, o solstício... e tudo isso embalado em suas misturas musicais únicas, com muito experimentalismo e, como disse antes, novos instrumentos. Incluindo ai um "brinquedo" novo, um enorme gerador de "relâmpagos" controlado ora pelo teclado ora pela percussão, que fazia com que as músicas ganhassem uma energia (sem trocadilho) impressionante! Música, natureza e tecnologia, conforme a promessa inicial, entregues com maestria.
Praticamente todas as músicas de Biophilia são apresentadas. Dos demais álbuns, uma ou no máximo duas canções foram incluidas. Joga, do Homogenic, casa muito bem. Acho que Pluto também poderia estar presente, mas entendo não ter sido a mais badalada Bachelorette. Vertebrae by Vertebrae do Volta e Where is The Line, do Vespertine, ficaram ótimas ao vivo. Foi um grande concerto!
"(...)
The perfect match,
you and I
You fail to resist
My crystalline charm
Like a virus, patient hunter
I'm waiting for you,
I'm starving for you
Ooo-ooo-ooo-oooh
Ooo-ooo-ooo-oooh"
Recentemente, em dezembro do último ano, eu afirmei que Camille havia tomado o lugar de Björk como minha cantora predileta. De lá para cá, voltei a ver Camille ao vivo e, duas semanas depois, vejo um show de Björk pela segunda vez. A primeira, em 2008, em Curitiba, no Tim Festival, pela turnê do álbum Volta. Agora, pela fasciante viagem musical proporcionada pelas músicas de Biophilia, em que ela canta acompanhada de um coral de várias meninas e de novos instrumentos - como é de praxe na prolífica e criativa vida de "engenheira de som" da artista. Resultado? A briga pelo primeiro posto na minha preferência volta a estar em aberto. E um empate técnico não está descartado.
Falando sobre o concerto, apesar da organização ter sido um tanto caótica, retardando o início do show em mais de uma hora devido a filas imensas na entrada - devido a não terem aberto os portões mais cedo - o Zenith é uma ótima opção para espetáculos musicais. Haviam 7 mil pessoas para assistir Björk e, tenho certeza, todos tiveram uma ótima e próxima visão do palco. A solução é que o palco é circular e colocado ao centro da sala de espetáculo. Depois havia a parte de solo - na qual eu estava - em que as pessoas assistem ao show em pé e, a seguir, as arquibancadas. Vi Björk a poucos metros de mim, apesar da lotação da sala de shows.
Outro ponto a destacar é a política da própria produção da turnê, que informam na entrada e antes do show começar que fotos e filmagens não são recomendados (para não dizer proibidos, o que seria inútil). O motivo? "Queremos que desfrutem da experiência musical hoje e agora, ao vivo! Não se distraiam. Colocaremos videos e fotos do show no site oficial da Björk após o concerto.". Achei uma excelente ideia. Bravo!
Biophilia não é apenas um álbum. Biophilia é um conceito. Para ilustrar isso da melhor maneira possível Björk se associou a David Attenborough, famoso por narrar documentários sobre História Natural para as principais emissoras britânicas. E ele narra o conceito por trás do álbum (veja o video abaixo).
Björk canta sobre o mundo natural desde seu Debut, em 1993. Várias músicas narram as formações geológicas da sua islândia natal. O oceano é palco e metáfora de sua própria casa ou lar. O cosmos é explorado em diversas canções, incluindo a excelente Pluto, que adoro citar. Montanhas aparecem sempre seja em suas letras, seja em seus vídeos. Em Biophilia esse interesse culmina em um álbum temático. Tudo é sobre natureza, sobre o mundo natural. Cosmogony descreve as possíveis formas de o universo ter se criado, mas temos um cardápio completo com músicas sobre a lua, a matéria escura, viruses, o solstício... e tudo isso embalado em suas misturas musicais únicas, com muito experimentalismo e, como disse antes, novos instrumentos. Incluindo ai um "brinquedo" novo, um enorme gerador de "relâmpagos" controlado ora pelo teclado ora pela percussão, que fazia com que as músicas ganhassem uma energia (sem trocadilho) impressionante! Música, natureza e tecnologia, conforme a promessa inicial, entregues com maestria.
Praticamente todas as músicas de Biophilia são apresentadas. Dos demais álbuns, uma ou no máximo duas canções foram incluidas. Joga, do Homogenic, casa muito bem. Acho que Pluto também poderia estar presente, mas entendo não ter sido a mais badalada Bachelorette. Vertebrae by Vertebrae do Volta e Where is The Line, do Vespertine, ficaram ótimas ao vivo. Foi um grande concerto!
E era inevitável pensar, ao ouvir os acordes inusitados ou sons pouco explorados em música pop como ela consegue fazer isso ter ritmo e harmonia a ponto de fazer uma semana de shows em Paris, com a casa cheia todos os dias. Um experimentalismo-mainstream não é algo fácil de se encontrar e ela consegue. Generosa, dá bastante espaço para as meninas de seu coral improvisarem, dançarem, aparecerem. E o encerramento do show ao som de "Declare Independence" foi para me mandar para casa satisfeito, feliz e novamente apaixonado pela Björk cheia de expressão, coragem e portadora de uma mensagem. Música é a melhor coisa que existe!
"(...)
The perfect match,
you and I
You fail to resist
My crystalline charm
Like a virus, patient hunter
I'm waiting for you,
I'm starving for you
Ooo-ooo-ooo-oooh
Ooo-ooo-ooo-oooh"
2 comentários:
gosto de textos quando seus autores estão entusiasmados, por mais que não concorde com o que esta escrito [não é o caso aqui]. Pessoas entusiasmadas escrevem muito mais [sim, me refiro ao tamanho do texto], de forma direta, e, até certo ponto, irresponsável; elas se permitem ousar e se expor, sem culpa ou receio.
ótimo texto, ótima exposição sobre a obra da minha ainda predileta Bjork [confesso a inveja 'malígrina' de vocÊ depois de descrever o show kkkk], e boa sorte nos seus conflitos [mais que saudáveis] sobre cultura e arte.
escreverei um texto sobre ela também, só pq eu ouvi All is full of love, e... também quero dizer o quanto ela é boa kkkkkkkkk
abraço
Valeu RH! Estou aguardando o seu texto sobre a nossa diva, então... por falar nisso, gostei muito da ideia dos dinamarqueses. Outras preocupações, né? Preparando os cidadãos (nórdicos) do futuro! Tentei comentar lá no seu blog mas não consegui... não tá mais liberado?
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