quinta-feira, abril 07, 2011

Sobre a motivação


Deve-se conhecer a meta antes do percurso. Para quem não sabe seu destino qualquer lugar é satisfatório? Imobilidade é uma solução ou sem movimento não se chega a lugar algum? Por que nos levantamos de manhã?

É gozado que eu esteja escrevendo mais no blog ultimamente visto que a curva de minha motivação tem a assíntota horizontal no eixo X. Legendas? Sim, no limite, a minha motivação tende a zero. Já não quero mais trabalhar, o apetite inexiste, a ansiedade consome e, de certa maneira, o pavor do porvir se apodera. Afinal, a vida segue ainda que eu imóvel. No máximo posso controlar a velocidade... ela segue mais lentamente quando recuo.

O corpo demonstra sinais claros de esgotamento. Nas últimas semanas, poucas horas de sono. Ontem palpitações. Dissabores levam o corpo a tremores. O travesseiro se deformou com o peso exercido pelos pensamentos.

Motivação é provocar ações, como diz a imagem exposta acima. Ações provocam reações. E essas não controlamos. E controlamos o resultado das inações, por acaso?

Em filmes o herói é confrontado, em uma roda, por vários inimigos que, docilmente, vem um a um confrontá-lo e, esperadamente, são um a um derrubados por golpes certeiros, infalíveis. O que aconteceria caso tentassem atacá-lo ao mesmo tempo e por que não o fazem?

Não, o equilíbrio do herói assim não permite. Ele encara um desafio por vez, olha diretamente no olho do inimigo, reconhece-o, ganha o seu respeito e utiliza-se de sabedoria, não só de força, para vencê-lo.

Não sou herói de filmes de ação mas também não quero ser vilão de um filme sem ação. Não quero estar jogado ao solo enquanto todos os inimigos me pisoteiam, socam, chutam, batem. Nesta situação até mesmo pequenos adversários sentem-se confiantes para aproximarem-se, chutar meus olhos, cegar-me, atirar areia em meu rosto.

Sei que se erguer um pouco a cabeça conseguirei identificar esses adversários minúsculos e, de pronto, empurrá-los para longe para, assim, com mais fôlego, ao menos ajoelhar-me a fim de receber os demais golpes com mais dignidade, olhando nos olhos do inimigo. Até ganhar forças para, novamente de pé, tentar impedir os golpes e quem sabe contragolpear. Poderia também fugir mas não há paz sem guerra. Tal qual o esquilo preparando-se para o inverno, precisarei quebrar meus problemas em pequenos lutadores contra quem eu possa preparar-me para enfrentar.

Tudo isso é possível caso a meta seja conhecida. Para usar uma frase clichê, toda jornada começa com o primeiro passo. E, no meu caso, o primeiro passo é reencontrar a motivação. Motivação para encontrar soluções onde hoje, por vezes, não consigo sequer me expressar. Motivação para encontrar a paz onde hoje sinto-me incapaz. Motivação para redescobrir o novo onde hoje não passo de consolo.

A pergunta que ainda não sei responder é se é possível motivar-se com suas obrigações, com regras impostas, com artificialidades? Como encontrar ânimo para fazer algo que só está sendo feito por que assim foi determinado? Como encontrar energia para impor o seu eu quando ele inexiste mesmo em você? Como encontrar alegria ao conviver com reações previsíveis, artificiais e caricatas? Como agradar sem ser autêntico? Qual o valor disso?

Espero escrever em um futuro próximo um novo texto sobre motivação que seja recheado de respostas ao contrário deste em que prevalecem as perguntas. Se assim for é porque motivado estarei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Milra, talvez goste disso: http://youtu.be/LVJ6PkcdCxw