quarta-feira, maio 26, 2010

Calvin da semana














(Calvin)-Pai! Pai! Alienígenas acabaram de aterrissar no quintal!
(Pai)- Sério? Como eles se parecem?
(Calvin)- Meio que como grandes batatas assadas com armas laser. Eu acho que a gente deve fazer o que eles pedem.
(Pai)- E eles pediram algo?
(Calvin)- Sim, eles querem 10 reais.
(Pai)- Aposto que sim.
(Calvin)- Ocupado? Você pode me dar o dinheiro, eu cuido de entregar a eles.

segunda-feira, maio 24, 2010

Aniversário

Comemorei 32 anos de idade na última sexta-feira. Pela primeira vez, fora do Brasil. Feliz aniversário, envelheço em Lyon, como cantou para mim minha linda esposa que veio comemorar comigo e, não satisfeita em apenas estar aqui - o que para mim já é muito - ainda organizou uma deliciosa festinha de aniversário, com direito a bolo temático da Copa do Mundo, caldo verde, tomate e batata recheadas, bons amigos, muita risada e um Imagem & Ação improvisado em 4 idiomas. ;-)

Aqui alguns registros do mega evento.


terça-feira, maio 18, 2010

Ian Curtis - 30 anos após

Ian Curtis suicidou-se há 30 anos. Grande poeta e músico, fez do Joy Division, sua banda, um dos grupos mais cultuados, imitados e influenciadores de outros artistas desde então. Inclusive no Brasil, com Renato Russo e sua Legião Urbana. E isso tudo em um curto espaço de tempo. Grande poeta maldito, que relembra Rimbaud também em sua estória de vida. Rendo aqui minha homenagem a Curtis publicando duas de suas canções, The Eternal e a clássica e inevitável Love Will Tear Us Apart.

Primeiro, a letra de The Eternal.
Procession moves on, the shouting is over,
Praise to the glory of loved ones now gone.
Talking aloud as they sit round their tables,
Scattering flowers washed down by the rain.
Stood by the gate at the foot of the garden,
Watching them pass like clouds in the sky,
Try to cry out in the heat of the moment,
Possessed by a fury that burns from inside.

Cry like a child, though these years make me older,
With children my time is so wastefully spent,
A burden to keep, though their inner communion,
Accept like a curse an unlucky deal.
Played by the gate at the foot of the garden,
My view stretches out from the fence to the wall,
No words could explain, no actions determine,
Just watching the trees and the leaves as they fall.



E então Love Will Tear us Apart.

When the routine bites hard
and ambitions are low
And the resentment rides high
but emotions won't grow
And we're changing our ways,
taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
our respect run so dry?
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings exposed
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just can't function no more?
When love, love will tear us apart again



E para finalizar, Thom Yorke (Radiohead) e Atoms For Peace em cover de Love Will...

quinta-feira, maio 13, 2010

Tosqueira! Ação indiana em dose dupla...

A autodenominada maior cena de ação de todos os tempos, ao menos tem muito bom humor e todos os elementos clássicos de uma boa cena de ação.



Uma luta envolvendo vários tratores em um lamaçal? Sim, foi feito! Abaixo...



Dica do tosco-mor Paulo Vargas, com todo o respeito.

quarta-feira, maio 12, 2010

Entendi o Dunga!

Finalmente, consegui entender o critério do Dunga para convocar Doni, Júlio Baptista e Kléberson, dentre outros, para a seleção brasileira!
Todo mundo reclama tanto que os técnicos convocam jogadores para jogarem em posições diferentes das que jogam em seus times, pois é, ele convocou esses caras pensando: "Bem, como eles não vão ser titulares na seleção, então é bom convocar quem já está acostumado a jogar na posição "banco de reservas". É isso! Agora tudo fez sentido!

terça-feira, maio 11, 2010

Seleção Brasileira convocada! Copa do Mundo à vista...



A LISTA DO DUNGA
Goleiros: Julio Cesar, Gomes e Doni

Laterais: Maicon, Daniel Alves, Gilberto e michel bastos

Zagueiros: Juan, Lucio, Luisão e Thiago silva

Apoiadores: Gilberto  Silva, Felipe Melo, Josué,  Kléberson, Elano, Ramires, Kaka, Júlio Baptista

Atacantes: Luis Fabiano, Nilmar, Robinho e Grafite 

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Jogadores convocados para a disputa da Copa, basicamente Dunga manteve os nomes que vinham sendo convocados e que, com ele, ganharam tudo o que disputaram: Copa América, Copa das Confederações e Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. O grupo, portanto, é vitorioso e a convocação, segundo o próprio Dunga, é notória pela lealdade aos seus comandados que "roeram o osso" durante os últimos anos pela seleção.

Justo? Bem, depende do critério. Se levarmos em conta os argumentos do treinador brasileiro, diremos que sim. Porém, se o critério for merecimento pelo que vêm jogando e pelo que já mostraram na carreira, então há algumas controvérsias. 

No gol, por exemplo, Júlio César é absoluto e incontestável, mas Victor (Grêmio) seria uma melhor opção que os outros dois. Nas laterais e zaga, tudo certo. 
Entre os jogadores de meio de campo, muita gente contesta Kléberson e aponta Ganso ou Ronaldinho Gaúcho como nomes obrigatórios. Concordo quanto a inclusão de Ganso e, talvez, de Ronaldinho. Ganso, por ser o melhor jogador em atividade no Brasil e a dúvida quanto ao Gaúcho é por ele estar quase recuperado de uma fase péssima mas por outro lado nunca ter jogado tudo isso na seleção. Porém, quanto ao Kléberson, acho a decisão acertada, já que é experiente, jogou muito bem a Copa 2002 incluindo a partida final e teve duas boas partidas em seu retorno ao Flamengo. E, afinal, estava fora de ritmo por ter quebrado a perna em amistoso pela própria seleção... Assim, eu removeria Josué em primeiro lugar e, se fosse o caso de incluir Ronaldinho, Gilberto Silva como segunda opção.

No ataque, tudo certo também, já que Adriano não merecia a vaga mais por fatores extra-campos e suas consequencias dentro de campo. Neymar seria uma oção a Robinho, já que joga muito mais, mas Robinho é o mais efetivo dos amores de Dunga, logo...

domingo, maio 09, 2010

Para quem não entende minha adoração por Calvin


(Mãe)-Levante-se, Calvin! Eu não vou te chamar de novo!
(Calvin)- Eu dúvido...
(Mãe)- Você vai perder o ônibus! Levante-se, agora!
(Professora)- Você não sabe a resposta? Então sente-se.
(Valentão)- Ei, tampinha, quer ver se existe vida depois da morte?
(Pai)- Não, você não pode ir jogar antes de terminar seu dever de casa.
(Pai)- Coma, não fique brincando com a comida.
(Mãe)- Pare de brincar e vá para o banho.
(Pai)- Não, você não pode ficar acordado até mais tarde. Vá para cama.
(Mãe)- Tenha uma boa noite de sono, amanhã é outro dia!
(Calvin)- Ai, ai...

Gato Preto Gato Branco & Um Sonho Possível & Os Normais 2 & Deixa ela Entrar

Mais uma vez me impressiono com a diversidade dos quatro filmes vistos nesta semana. Um filme iugoslavo (?) quase inclassificável e ganhador de prêmios em festivais, um drama edificante bem ao gosto norte-americano com a reinvenção de Sandra Bullock a tiracolo, uma comédia brasileira meio desbocada e com alguns momentos divertidos e um drama romântico de terror sueco (!?) dando uma nova abordagem para o clássico mito dos vampiros, em um universo colegial infantil. Quatro filmes de quatro estilos e de quatro nacionalidades diferentes unidos aqui simplesmente por que sim e comentados abaixo, com muitos spoilers.

Gato Preto Gato Branco (1998). Dir. Emir Kusturica (4/5)
Confesso que não foi fácil assistir Gato Preto Gato Branco, já que o filme é falado em algum dialeto montenegrino e apesar das legendas em francês meu "domínio" do idioma não permitiu que eu visse o filme sem algumas interrupções para consultas ao dicionário. Mesmo assim, acabei envolvido pela bem humorada trama, pelas atuações cativantes do elenco (em especial, a atuação explosiva e cheia de energia Srdjan Todorovic e a beleza e carisma de Branka Katic). Em termos artísticos (música, literatura e cinema, especificamente) o que mais me encanta é o experimentalismo, quando o artista se deixa levar por suas sensações e leva ao limite o conceito vigente de sua arte. Muitas vezes, o experimentalismo leva a ambientações surreais e a situações bizarras. E como a imagem ao lado (uma banda tocando amarrada em uma árvore) não me deixa mentir, Kusturica é um artista que experimenta muito e seus filmes se passam sempre em um universo muito particular (conheço pouco de sua filmografia, mas o ganhador da Palma de Ouro em Cannes, Underground, também retrata esse universo específico do diretor). O filme narra a estória de uma família de ciganos, os Destanov, em que avô (Zarije), pai (Matko) e neto (Zare) se vêem envolvidos com um gângster playboy Dadan (o fantástico Todorovic) para aplicar um golpe ao mesmo tempo em que se envolvem com uma espécíe de "poderoso chefão" local para conseguir fundos que viabilizem a ação. Como pano de fundo, o rapaz Zare se apaixona pela divertida Ida, mas já está prometido para a irmã de Dadan.

O filme então se desenrola entrelaçando a vida desses personagens em sequencias bastante divertidas e, para meu deleite, surreais. O fato de as tais 7 (ou 9, dependendo do local) vidas dos gatos poderem ser transferidas para humanos é apenas um dos elementos fantásticos que o filme traz, proporcionando diversas imagens improváveis e que dificilmente serão esquecidas. Em especial, me encantaram a sequencia do sorvete no rio e do pega-pega nos girassóis e a escapada da noiva/esposa já na parte final do filme, além da apresentação do personagem Dadan em sua limosine ao ritmo de cocaína e do coro "terrier, terrier" e da composição tresloucada do personagem ao longo de toda a película, por exemplo quando ele grita o bordão "Maradona" em diversas ocasiões em que se empolga o quando dança energicamente sempre que tem chances - e às vezes mesmo sem tê-las. Recomendo.

Um Sonho Possível (2009). Dir. John Lee Hancock (4/5)
Sandra Bullock ganhou o oscar por sua interpretação de Leigh Anne Tuohy em filme inspirado em fatos reais que narra a relação de Leigh Anne e sua rica família com esposo e dois filhos quando decidem adotar um rapaz negro, já próximo dos 18 anos e com dificuldades de aprendizado. Chega a ser difícil acreditar que a estória em si tenha acontecido. Mais difícil ainda é imaginar que não só uma pessoa mas que toda uma família possa ter sido tão altruísta e com um amor genuíno e uma enorme paciência por um recém-desconhecido. Bela estória sobre o lado bom do ser humano, o filme não apresenta grandes reviravoltas e nem cenas prontas e gratuítas apenas para levar o público às lágrimas. Narra sua estória - por si só já edificante e com enorme potencial para emocionar - de maneira simples e retilínea, do encontro e das dificuldades iniciais à cumplicidade e comprensão que todos vão ganhando à medida em que deixam seus preconceitos e seus medos e passam a acreditar na bondade do próximo. A pequena reviravolta final, na verdade, serve apenas para ilustrar que também as boas ações não podem ser confundidas com a condução arbitrária da vida alheia, sejam filhos naturais ou adotivos ou esposos ou o que seja. Cada um é responsável por sua própria vida. Bonito. Recomendo.

Os Normais 2 - A Noite mais Maluca de Todas (2009) - Dir. João Alvarenga Jr. (3/5)
A sequencia de Os Normais, primeira adaptação que levou a série cômica da Globo para a telona, é superior ao original. Filme mais curto - apenas uma hora e quinze - lembra bastante o seriado e parece um episódio especial. Após onze anos de noivado Ruy e Vani sentem o marasmo do relacionamento. Em mais uma noitada sem grandes aventuras, Vani decide ceder e filnamente realizar o sonho de Ruy de realizar um ménage-a-trois. E então o filme vira uma série de pequenas cenas, cada uma contando com uma participação especial, com o casal tentando encontrar a parceira ideal. E dá-lhe Danielle Suzuki, Cláudia Raia, Danielle Winits e por aí vai. Várias sequencias são divertidas e várias outras são aborrecidas. Mas como o filme é curto, tudo termina bem. Divertido e só para quem gostava da série.



Deixa Ela Entrar (2008) - Dir. Tomas Alfredson (4/5)
Esse belo filme sueco resgata as origens do mito do vampiro, tão desgastados nestes tempos de Crepúsculo, para contar uma bela estória sobre amadurecimento, instinto de sobrevivência, repressão de nossos instintos e sobrevivência. Oskar é um menino frágil e que vive sendo atormentado pelos valentões da escola. Certo dia, uma garota muda-se para o apartamento ao lado do seu e inicia-se uma amizade. Aos poucos, o envolvimento dos dois vai ganhando em cumplicidade ao mesmo tempo em que vamos descobrindo a natureza sombria da menina Eli. Ela alimenta-se de sangue e seu "pai" (na verdade, provavelmente um amante e que um dia já foi um pequeno garoto também seduzido por ela) para conseguir vítimas. O filme não se preocupa em estabelecer um panorama histórico, que justifique o porquê da natureza de Eli, mas é muito eficiente ao estipular as regras clássicas a ela aplicadas: luz do sol é fatal, ela pode viver eternamente mas sempre com o corpo físico do momento da transformação (Eu tenho 12 anos, só que eu tenho 12 anos há muito tempo, responde ela ao ser questionada sobre sua idade), ela precisa ser convidada para entrar nos ambientes (como o nome do filme ressalta) e, obviamente, sua energia vital é obtida através de sangue. E é encantador que o filme diga tanto sobre o seu universo apenas com sugestões e imagens e quase nada com diálogos expositivos. O pequeno Oskar vai, aos poucos, se encantando pela garota e ganhando a confiança necessária para reagir aos abusos sofridos na escola, sentindo-se protegido e à vontade para colocar para fora seus instintos violentos. A interpretação dos atores mirins é fantástica e dá peso dramático ao filme. Recomendo!

quarta-feira, maio 05, 2010

Versos (interessantíssimos) do dia

Elysium (Portishead)

No one has said what the truth should be,
And no one decided that I'd feel this way,
If you felt as I,
Would you betray yourself.

But you can't deny how I feel,
And you can't decide for me.



segunda-feira, maio 03, 2010

Calvin da semana









(Mãe)- Vamos, Calvin! Essa é a terceira vez que eu tenho que te chamar hoje! Levante-se!
(Calvin)- Eu não quero levantar. Eu não quero ir para a escola.
(Mãe)- Bem, você tem que levantar, querendo ou não, então vamos lá.
(Calvin)- Para sua informação, eu não tenho que fazer nada que eu não queira.
(Mãe)- Ah é?
(Calvin)- Ela consegue mesmo fazer com que alguém queira fazer algo.

domingo, maio 02, 2010

Trilogia das Estrofes

Olhe as estrelinhas em minha barriga, são quatro.
Olhe as nuvens que são minhas mãos.
Repare o quanto eu me pareço com o sol
em meu luar ensurdecedor e voraz.

Comeram a cabeça do morcego, e não fui eu.
Comeram a cabeça da abelha, e não fui eu.
Eu comi a boca de quem comeu!

Na floresta de noite escura estudei.
No vulcão em erupção me moldei.
Mas foi sempre em seus braços que chorei...



P.V.M.

Alice & Coraline


Se a lista de filmes anterior era tão heterogênea que não dava para traçar qualquer paralelo entre os filmes, Coraline e Alice no País das Maravilhas são irmãos. É interessante que eu tenha visto os dois filmes no mesmo dia e de maneira absolutamente casual.
E sem sombra de dúvidas o melhor dos dois filmes é Coraline e o Mundo Secreto, adaptado da obra de Neil Gaiman. Muito mais criativo, inventivo e envolvente do que o espetáculo visual elaborado por Tim Burton. E olha que assisti Coraline nas 15 polegadas de meu computador enquanto a experiência de ver Alice teve a mágica da tela grande e do escurinho do cinema acrescidos de efeitos 3D. Importante registrar que comparo apenas os dois filmes e não as suas versões literárias. O filme Coraline é encantador mas é difícil julgar os seus méritos literários uma vez que não li o livro de Gaiman - expoente da literatura fantástica atual, mas já tive o prazer de ler o clássico da língua inglesa que é o texto de Lewis Carroll e gosto muito de seu surrealismo e de seu simbolismo, exatamente o que mais me atrai em termos artísticos. Seja cinema, seja literatura. Deixe-me concentrar então apenas nos dois filmes.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) (2/5)
Dir. Tim Burton.
Eu gosto muito dos filmes de Tim Burton e também do ator Johnny Depp. Os últimos filmes da parceria entre os dois, no entanto, não tem sido os melhores e estou certo de que a necessidade de aumentar a participação do Chapeleiro Maluco, papel de Depp, na nova adaptação de Alice no País das Maravilhas (e a sua sequência literária, Através dos Espelhos) para os cinemas está por trás de alguns dos problemas do filme. Nesta versão, Alice já é uma adolescente e volta ao mundo mágico de Wonderland para reencontrar os personagens clássicos: o Gato de Cherishe, o Coelho de Colete, o já mencionado Chapeleiro, a lagarta que fuma narguilé e a inevitável Rainha de Copas (Rainha Vermelha) e seu exército de cartas. Apesar de estarem todos lá o filme não tem nem o encanto do texto original e seus enigmas e surrealismo e nem a magia da adaptação clássica da animação da Disney. É tudo muito chato e aborrecido e acompanhamos os personagens e o desenrolar de suas estórias com desinteresse. Não li "Através do Espelho", também usado como base da adaptação, mas o filme tenta dar um aspecto mais épico, de luta pelo poder, de aventura, de batalhas que não combina em nada com o universo do primeiro livro. Por vezes me pareceu um filme da série Crônicas de Nárnia, o que está longe de ser um elogio. Afinal, esta trama é igual à do primeiro filme da série Narnia: adolescente indo a um mundo mágico para cumprir o seu destino de destituir a rainha má e devolver o reino à rainha boa, sendo ajudado por personagens excêntricos e animais falantes. Helena Bonham Carter salva todas as cenas em que aparece, divertidissima. É com certeza o melhor do filme. Depp não faz feio mas tem muitas cenas que não acrescentam muito à trama. Visualmente o filme é muito bom mas não está a serviço de uma boa estória e mesmo os bons personagens se perdem em meio à trama burocrática. Mesmo a metáfora visual do amadurecimento da personagem principal é extremamente óbvio e ainda assim martelado na cena final do filme. Burton já fez melhor.

Coraline e o Mundo Secreto (4/5)
Dir. Henry Selick.
Coraline é uma menina curiosa, falante e cheia de imaginação. Quando seus pais se mudam para uma casa em uma pequena vila para poderem se dedicar à escrita de um manual de jardinagem, Coraline se vê sozinha e sem a atenção necessária dos pais até que encontra uma passagem secreta para um mundo secreto, muito próximo ao real mas em que as pessoas tem botões no lugar dos olhos, mas são muito mais atenciosos e agradáveis do que suas versões com olhos normais. Lá, Coraline encontra sua "outra mãe" que prepara deliciosos jantares e a leva pessoalmente para deitar-se para dormir e seu "outro pai" que planta um jardim com plantas em uma disposição que formam o rosto de Coraline e a leva para ver a sua obra em um aparelho voador. Nada mais encantador. Coraline passa a frequentar cada vez mais esse mundo alternativo para buscar um pouco do afeto e cuidados que os seus pais verdadeiros não tem mais tempo a dispensar. Mas esse mundo pode também se tornar sombrio e assustador quando sua "outra mãe" propõe que ela passe a morar lá para sempre e, para isso, basta substituir seus olhos por botões... O paralelo com Alice é óbvio, ambas passam por um portal para um mundo mágico no qual desempenham um papel central e convivem com personagens mágicos ou especiais. Coraline também conta com a ajuda de um gato, sábio e corajoso, que habita os dois mundos mas apenas no mundo secreto é capaz de se expressar por meio de voz. Mas o filme de Selick (diretor do neo-clássico O Estranho Mundo de Jack, produzido por Tim Burton, outro vínculo entre os dois filmes) é muito mais encantador e envolvente. Filmado com a técnica de stop-motion e com uma animação soberba e personagens carismáticos nos vemos torcendo pela heroína e nos importamos até mesmo com personagens secundários da trama, todos muito bem desenvolvidos. Recomendo!

sábado, maio 01, 2010

Mais filmes

Os quatro filmes mais recentes que vi nesta última semana não poderiam ser mais distantes entre si. Um adorável filme uruguaio-brasileiro sobre a visita do Papa João Paulo a uma pequena cidade uruguaia na década de 80, um filme pipoca de horror americano com a musa da nova geração Megan Fox, um novo clássico italiano e último filme do ator Massimo Troisi e um filme autoral e estiloso do americano Wes Anderson sobre uma viagem espiritual empreendida por três irmãos pela Índia. Registro com mais detalhes abaixo.

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa) [4/5]
Dir. Enrique Fernandez e César Charlone.
O filme se passa na fronteira entre o Brasil e o Uruguai e retrata a triste e arriscada rotina das pessoas que vivem de traficar - em bicicletas e motos - mrcadorias do Brasil para os pequenos comerciantes do pequeno vilarejo uruguaio onde habitam. Uma grande oportunidade surge quando a cidade entra na rota do Papa João Paulo II e as pessoas vêem a possibilidade de conseguir uma renda extra aproveitando o fluxo de pessoas, estimado em algumas dezenas de milhares. O protagonista, Beto, tem a brilhante idéia de construir um banheiro e cobrar pelo seu uso e, para isso, precisa levantar algum dinheiro para realizar o investimento. O filme é bem-humorado, apesar do seu retrato de miséria e corrupção. O resultado final é agridoce. Por um lado, vemos que sempre há um lado positivo em tudo e que viver com esperança faz parte da vida daquelas pessoas e por outro, notamos como a realidade pode ser massacrante e limitando boa parcela da população apenas à sobrevivência. A religiosidade e a educação também são discutidas, de maneira subliminar, pelo enredo. Recomendo!

Garota Infernal (Jennifer's Body) [3/5]
Dir. Karyn Kusama. Roteiro: Diablo Cody
Diablo Cody, roteirista de Garota Infernal, ganhou o Oscar pelo roteiro de Juno, seu trabalho anterior que é infinitamente superior. Neste, sobraram algumas ótimas tiradas aqui e ali mas que não salvam a trama de ser burocrática e previsível. Como Megan Fox é a serial killer da vez - ao invés de algum mascarado - o filme ganha ao menos um atrativo adicional. A melhor sequencia do filme é (spoiler) a explicação dada pelo líder da banda de rock dos seus motivos para oferecerem a garota ao demônio. "A concorrência hoje em dia está muito difícil para uma banda nova, com todas essas formas de divulgação, YouTube, MySpace, aparecer está cada vez mais complicado. A nossa melhor chance é mesmo fazendo um pacto com o demônio". Hahaha. Outra muito boa é quando o "rapaz descolado" da escola convida a mocinha para ver Rocky Horror Picture Show, um clássico filme de horror e música da década de 70, e ela responde que não gosta de filmes de boxe. Esses são os diálogos em que Cody mostra a que veio, mas a serviço de um filme muito irregular.

O Carteiro e o Poeta (Il Postino) [4/5]
Dir. Michael Radford.
Eu esperava um outro tipo de filme, não sei o porquê. Achava que teria mais carga dramática e para minha surpresa vi um filme leve, muito agradável de se assistir e com ótimo humor. É gozado como às vezes fazemos uma imagem de algo (filmes, pessoas, etc.) baseado em tão pouco (títulos, aparência, etc.) e quando podemos de fato conhecer melhor notamos o quanto estávamos longe da verdadeira essência. Mas divago. O filme retrata o período de exílio do poeta do povo - e das mulheres (rsrs) - Pablo Neruda passado em um pequeno vilarejo italiano. Neruda é vivido com muito carisma pelo francês Philippe Noiret. Massimo Troisi, também co-autor do roteiro e em sua última interpretação no cinema, indicada postumamente ao Oscar daquele ano, interpreta Mario, filho de pescadores mas sonhador e amante das letras que ocupa o cargo temporário de carteiro particular de Neruda, responsável por diariamente levar as cartas recebidas pelo poeta. (Spoiler) A estória narra o envolvimento entre os dois personagens e como Neruda ajuda Mario a construir suas próprias estórias e também sua própria história, ao criar um estratagema para aproximá-lo de sua recente paixão, a bela Beatrice. Só não dou 5 estrelas ao filme pois acho que ele perde o ritmo após o casamento e a partida de Neruda e termina em um anti-climax, apesar de no entanto apreciar os temas que são discutidos nessa parte final como a essência da amizade e da relação que existiu entre os dois e da importância de ser fiel aos seus próprios sentimentos. E é uma pena já que a sequencia em que Mario captura um pouco das belezas da Itália e de sua vila para enviar ao seu amigo são muito bonitas e tocantes. Recomendo!

Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited) [3/5]
Dir. Wes Anderson.
Meu segundo filme de Anderson, antes já havia visto Os Excêntricos Tanembauns, do qual gostei muito mais. O filme é precedido por um curta - também melhor do que o filme - chamado Hotel Chevalier. Lá estão os melhores diálogos e o personagem mais interessante, Jack. E ainda ganhamos de brinde a presença de Natalie Portman, que só tem uma pequena aparição, sem falas, no longa. O longa retrata a jornada espiritual organizada por Francis (Owen Wilson, colaborador habitual do diretor) para reaproximar-se de seus irmãos Jack (Jason Schwartzman, co-autor do roteiro) e Peter (o oscarizado Adrien Brody). A fotografia do filme é admirável, cores fortes, belos enquadramentos. A Índia é um país interessantíssimo e a viagem dos irmãos pode ser qualificada de qualquer coisa, menos espiritual. Consumistas, arrogantes, egoístas, mimados, eles não conseguem confiar um no outro, não conseguem se interessar uns pelos outros ao ponto de em determinada passagem um deles questionar se caso não fossem irmãos conseguiriam ter algum tipo de relacionamento. (Spoiler) A participação de Anjelica Huston como a mãe é reveladora, mas o filme não decola. Jack, como disse antes, é o personagem mais carismático e tem os melhores momentos do filme como o seu envolvimento com Rita, a atendente do trem que batiza o filme, e os seus contos que, ao serem lidos por seus irmãos, sempre trazem momentos de suas próprias vidas ao que ele complementa "não, os personagens são fictícios".

Tosqueira: Homem-Aranha Italiano e a música tema do homem-aranha americano

Primeiro, um "trailer" ou qualquer coisa assim de um filme do Homem-Aranha Italiano. É impressionante mas o filme existe (dá para ver no YouTube), por mais absurdo que pareça - e seja.



Já que estou falando de Homem-Aranha, encontrei esse outro vídeo bem legal em que alguém faz uma brincadeira com as músicas-tema dos filmes do Homem-Aranha e do Superman, usando bonequinhos dos super-heróis como "atores" e com direito a cross-over com Transformers e discussões sobre a sexualidade dos personagens. Muito bom!