Espaço para postar opiniões e dicas sobre música, cinema, quadrinhos... enfim, cultura Pop!
terça-feira, dezembro 03, 2013
quinta-feira, novembro 28, 2013
Dilbert ensinando prioridades!
(Chefe): Nossa festa de natal será em janeiro por que dezembro está muito carregado.
(Wally): Estou seguro que o Todo Poderoso criador do universo não se importa que a gente decida as coisas baseadas na sua agenda, e não na dele.
(Wally): O que poderia dar errado?
(Dilbert): Eu estou escutando um trovão.
-----
Eu sou muito feliz por trabalhar em uma grande empresa, feita por grandes pessoas! Aqui somos humanos e nossas necessidades são levadas em conta, nossa vida precisa ser vivida... e, posso estar errado, acho que essa é a receita para sermos tão competentes e termos clientes plenamente satisfeitos!
Versos do Dia: Evil Friends (Portugal. The Man)
"(...) It's not because the light here is brighter
And its not that I'm evil
I just don't like to pretend
That I could ever be your friend (...)"
quarta-feira, novembro 20, 2013
Versos do Dia: Alors on Danse (Stromae)
"Qui dit étude dit travail,
Qui dit taf te dit les thunes,
Qui dit argent dit dépenses,
Qui dit crédit dit créance,
Qui dit dette te dit huissier,
Oui dit assis dans la merde.
Qui dit Amour dit les gosses,
Dit toujours et dit divorce.
Qui dit proches te dis deuils
car les problèmes ne viennent pas seul.
Qui dit crise te dis monde
dit famine dit tiers- monde.
Qui dit fatigue dit réveille
encore sourd de la veille,
Alors on sort pour oublier tous les problèmes.
Alors on danse..."
segunda-feira, novembro 04, 2013
quarta-feira, outubro 09, 2013
quarta-feira, outubro 02, 2013
Calvin procrastinando...
(Calvin): Eu sou o computador mais poderoso do mundo! Faça uma pergunta.
(Mãe): O Calvin limpou seu quarto como eu pedi, ou ele gastou a manhã toda brincado com uma caixa de papelão?
(Calvin): Hmm... erro no sistema... apague a pergunta e tente novamente!
(Hobbes): O que aconteceu?
(Calvin): Mamãe me reinicializou aqui em cima...
terça-feira, outubro 01, 2013
quinta-feira, setembro 12, 2013
Versos do Dia: 80 Windows (Nada Surf)
"(...) when we sit and we get quiet
then we look and see
who's home across the way
there are 80 windows we can see (...)"
quinta-feira, setembro 05, 2013
Versos do Dia: Could Have Been You (Joss Stone)
"(...) There´s no gain... only pain...
You could've been
My first, my last, forever
You held it in your hands
My heart, my treasure
The proof is in the memories
So sad to know that's all that's left for you is
What could have been.."
----
Depois quando eu falo que garotos de 14, 15 anos não tem noção do que querem para o futuro... a introdução desse vídeo prova bem isso! .;-)
A letra em si é apenas mais uma de tantas que tratam da dor de ser abandonado, do fim, dos sonhos desfeitos... mas a batida é contagiante, a música tem ritmo e não vai ser abandonada! Pra você, Joss, toda minha admiração! It could´ve been you!
quarta-feira, setembro 04, 2013
Festival Circuito Banco do Brasil - Etapa 1 (SALVADOR)... ou o dia em que vi Joss Stone a (en)cantar!
No dia 31 de agosto, Salvador viveu um dia de festa. Mais um, segundo o filósofo Flausino. Mais sobre isso daqui a pouco... o que vale agora é dizer que a primeira etapa do Circuito Banco do Brasil Itinerante, que vai percorrer várias capitais do Brasil (Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio ainda terão seus eventos) com diversas atrações internacionais, como Joss Stone, Red Hot Chilli Peppers, Yeah Yeah Yeahs, Stevie Wonder. Dentre as atrações nacionais há de tudo um pouco: Rappa, Paralamas, Skank, Jota Quest, Carlinhos Brown, Rodrigo Amarante, Titãs e por ai afora.
Falando especificamente do evento em Salvador, além das atrações musicais houve também a Copa Brasil de Skate vertical, que acabou sendo vencida por Sandro Dias, o Mineiro, seis vezes campeão mundial da modalidade. Tinha também um simulador de F1 e foi muito interessante poder "dirigir" um carro na mesma posição de um piloto da categoria: deitado. A velocidade é alucinante e foi uma experiência legal e que complementou bem o dia do evento, enquanto as principais atrações musicais não começavam.
Entre a simulação da F1 e a competição de skate houveram apresentações de Preta Gil e Monobloco. Acho curioso artistas como Preta, que basicamente apresenta músicas de outros artistas já que não compõe... e além disso faz um show sem a menor personalidade, procurando apenas encontrar músicas que possam ser cantadas em conjunto com o público, para tentar forçar uma empatia. Já o pessoal do Monobloco, também focado em versões, consegue demonstrar talento ao fazer releituras interessantes com novos arranjos vocais e uso de percussão para transformar algumas velhas conhecidas em novas experiências musicais.
O primeiro dos shows principais foi o dos mineiros do Jota Quest. Hora de retomar a história de Flausino, o pensador. Eis que em um determinado momento do concerto, empolgado com a sua própria canção, o vocalista começa a dizer: "E aí pessoal? Alguém vai ter que trabalhar amanhã? Ou a festa pode continuar? Amanhã é domingo, né? Então amanhã ninguém trabalha... Se bem que aqui na Bahia ninguém trabalha, né?". As frases podem não ter sido exatamente essas, mas não foge muito disso... e, é claro, houveram vaias. Imediatamente, depois das canções seguintes... até que ele teve que parar, respirar e se desculpar! Dizer que era uma brincadeira, algo inocente, que não tinha intenção de ofender... O mais engraçado? Usou o seguinte exemplo para se justificar "Lá em Minas sempre falam que a gente só come pão de queijo". Pois é, para ele dizer que alguém come pão de queijo e dizer que um povo não trabalha é igual. O curioso é que você encontra facilmente camisetas à venda, no comércio local, com os 10 mandamentos dos baianos. Dizeres como "Trabalhar é sagrado, portanto não toque nele" ou ainda "Se vir alguém descansando, vá imediatamente ajudar"... ou seja, eles podem falar de si, mas não venha você aqui achar que também pode zoar!
Eu nunca gostei de Jota Quest e aproveitei a idiotice de Flausino para vaiá-los em coro. Mas não posso negar que eles funcionaram bem em um show mais curto, só de hits. Em alguns momentos, fazem pop-rock mas em outros tem elementos de acid jazz... quase que um Jamiroquai brasileiro - guardadas, Deus me ajude e guarde, as devidas proporções nessa comparação.
Depois dos mineiros do Jota Quest vieram os seus conterrâneos do Skank, também em um show rápido, só hits. Samuel Rosa deve ter sabido do incidente com o colega, pois foi extremamente caloroso e ameaçou demitir seu produtor por ter deixado a banda 4 anos sem ir se apresentar na capital baiana. O show também foi contagiante. Notei, contudo, que ao passear por seus sucessos eles alternaram entre reggaes, pop-rocks, rocks e até elementos de gafieira. Se por um lado isso pode demonstrar versatilidade artística, por outro mostra uma banda preocupada em nadar conforme a corrente, se adaptando para continuar fazendo sucesso.
Sai o pão de queijo e entra o chá inglês no palco do festival. Joss Stone e sua banda fazem soul music de primeira. A diva, além de linda, é extremamente sensual e simpática. E, como se não bastasse, canta muito! Os três backing vocals que a acompanham são um show a parte. Os músicos são todos talentosos, ela é comunicativa e ainda que a comunicação não fosse fácil, houve sintonia com o público baiano, a ponto de cantalorarmos uma música e ela reconhecê-la e executá-la! Grande parte do concerto foi recheado por músicas dos dois últimos álbuns, o segundo volume de Soul Sessions e Colour me Free! Eu sou grande apreciador dos álbuns "Introducing Joss Stone" e "Mind, Body and Soul". Ouvi "Right to be Wrong" e "You Had Me" com prazer e fiz parte do coro baiano acompanhando Stone em noite inesquecível... mas não tenho como me queixar por não ter ouvido "Less is More" (meu hino pessoal), já que a cantora nos brindou com um concerto cheio de carisma, swing e boa música.
E não há de ver que o Multishow disponibilizou o concerto de Salvador, na íntegra, no YouTube. Olha aí...
Para encerrar a noite, o baiano Carlinhos Brown vem com seu show em que interpreta muitas das suas composições que ficaram famosas nas vozes de outros artistas, principalmente Marisa Monte com quem mantém uma parceria que já alcançou 20 anos. Além da inevitável "A Namorada" que ele apresentou como uma música avante de seu tempo, já que hoje as namoradas já podiam até reconhecer legalmente sua união. O que é, de fato, um avanço considerável. Que nada, ou muito pouco, deve à música de Brown.
Falando especificamente do evento em Salvador, além das atrações musicais houve também a Copa Brasil de Skate vertical, que acabou sendo vencida por Sandro Dias, o Mineiro, seis vezes campeão mundial da modalidade. Tinha também um simulador de F1 e foi muito interessante poder "dirigir" um carro na mesma posição de um piloto da categoria: deitado. A velocidade é alucinante e foi uma experiência legal e que complementou bem o dia do evento, enquanto as principais atrações musicais não começavam.
Entre a simulação da F1 e a competição de skate houveram apresentações de Preta Gil e Monobloco. Acho curioso artistas como Preta, que basicamente apresenta músicas de outros artistas já que não compõe... e além disso faz um show sem a menor personalidade, procurando apenas encontrar músicas que possam ser cantadas em conjunto com o público, para tentar forçar uma empatia. Já o pessoal do Monobloco, também focado em versões, consegue demonstrar talento ao fazer releituras interessantes com novos arranjos vocais e uso de percussão para transformar algumas velhas conhecidas em novas experiências musicais.
O primeiro dos shows principais foi o dos mineiros do Jota Quest. Hora de retomar a história de Flausino, o pensador. Eis que em um determinado momento do concerto, empolgado com a sua própria canção, o vocalista começa a dizer: "E aí pessoal? Alguém vai ter que trabalhar amanhã? Ou a festa pode continuar? Amanhã é domingo, né? Então amanhã ninguém trabalha... Se bem que aqui na Bahia ninguém trabalha, né?". As frases podem não ter sido exatamente essas, mas não foge muito disso... e, é claro, houveram vaias. Imediatamente, depois das canções seguintes... até que ele teve que parar, respirar e se desculpar! Dizer que era uma brincadeira, algo inocente, que não tinha intenção de ofender... O mais engraçado? Usou o seguinte exemplo para se justificar "Lá em Minas sempre falam que a gente só come pão de queijo". Pois é, para ele dizer que alguém come pão de queijo e dizer que um povo não trabalha é igual. O curioso é que você encontra facilmente camisetas à venda, no comércio local, com os 10 mandamentos dos baianos. Dizeres como "Trabalhar é sagrado, portanto não toque nele" ou ainda "Se vir alguém descansando, vá imediatamente ajudar"... ou seja, eles podem falar de si, mas não venha você aqui achar que também pode zoar!
Eu nunca gostei de Jota Quest e aproveitei a idiotice de Flausino para vaiá-los em coro. Mas não posso negar que eles funcionaram bem em um show mais curto, só de hits. Em alguns momentos, fazem pop-rock mas em outros tem elementos de acid jazz... quase que um Jamiroquai brasileiro - guardadas, Deus me ajude e guarde, as devidas proporções nessa comparação.
Depois dos mineiros do Jota Quest vieram os seus conterrâneos do Skank, também em um show rápido, só hits. Samuel Rosa deve ter sabido do incidente com o colega, pois foi extremamente caloroso e ameaçou demitir seu produtor por ter deixado a banda 4 anos sem ir se apresentar na capital baiana. O show também foi contagiante. Notei, contudo, que ao passear por seus sucessos eles alternaram entre reggaes, pop-rocks, rocks e até elementos de gafieira. Se por um lado isso pode demonstrar versatilidade artística, por outro mostra uma banda preocupada em nadar conforme a corrente, se adaptando para continuar fazendo sucesso.
Sai o pão de queijo e entra o chá inglês no palco do festival. Joss Stone e sua banda fazem soul music de primeira. A diva, além de linda, é extremamente sensual e simpática. E, como se não bastasse, canta muito! Os três backing vocals que a acompanham são um show a parte. Os músicos são todos talentosos, ela é comunicativa e ainda que a comunicação não fosse fácil, houve sintonia com o público baiano, a ponto de cantalorarmos uma música e ela reconhecê-la e executá-la! Grande parte do concerto foi recheado por músicas dos dois últimos álbuns, o segundo volume de Soul Sessions e Colour me Free! Eu sou grande apreciador dos álbuns "Introducing Joss Stone" e "Mind, Body and Soul". Ouvi "Right to be Wrong" e "You Had Me" com prazer e fiz parte do coro baiano acompanhando Stone em noite inesquecível... mas não tenho como me queixar por não ter ouvido "Less is More" (meu hino pessoal), já que a cantora nos brindou com um concerto cheio de carisma, swing e boa música.
E não há de ver que o Multishow disponibilizou o concerto de Salvador, na íntegra, no YouTube. Olha aí...
Para encerrar a noite, o baiano Carlinhos Brown vem com seu show em que interpreta muitas das suas composições que ficaram famosas nas vozes de outros artistas, principalmente Marisa Monte com quem mantém uma parceria que já alcançou 20 anos. Além da inevitável "A Namorada" que ele apresentou como uma música avante de seu tempo, já que hoje as namoradas já podiam até reconhecer legalmente sua união. O que é, de fato, um avanço considerável. Que nada, ou muito pouco, deve à música de Brown.
sexta-feira, agosto 23, 2013
Calvin e a lei da vida: cada minuto fora de casa e acordado é um minuto que vale a pena!
(Mãe): CALLLVINNN!
(Calvin): Mamãe tá chamando, comece a cronometrar!
(Hobbes): Você não devia responder a ela?
(Mãe): CALLLVINNN!!
(Calvin): Ainda não, ela não consegue ver a gente, logo não pode provar que nós a ouvimos.
(Calvin): O truque é prestar atenção no tom de voz e só responder quando ela estiver tão brava a ponto de vir atrás da gente.
(Mãe): CALVIN!!!
(Calvin): Bem, é isso ai. Agora a gente banca o inocente.
(Calvin): Você está me chamando??
(Mãe): HORA DE ENTRAR! HORA DE IR PARA A CAMA, ESTÁ ESCURECENDO, !
(Calvin): Rá! Ela cometeu um erro tático. Escuridão é algo relativo!
(Calvin): Não tá escuro não.
(Mãe): CLARO QUE TÁ. ENTRE!
(Calvin): Eu ainda consigo ver minhas mãos. Não está escuro de verdade.
(Mãe): ESTÁ ESCURO O SUFICIENTE. VENHA LOGO!
(Calvin): Droga! Ela cortou o debate antes que pudéssemos definir os termos de negociação. Agora teremos que barganhar.
(Calvin): Posso ficar só mais 10 minutos! É tudo que eu quero.
(Mãe): NÃO, ENTRE AGORA!
(Calvin): 5 minutos então, só 5 minutos, tá bom??
(Mãe): AGORA, CALVIN!!
(Calvin): Caramba, ela está surpreendente! Ela adivinhou que meus 5 minutos equivalem a meia-hora dela... só nos resta a falsa concordância.
(Calvin): OK, eu tô indo!
(Calvin): Agora, a gente pode ficar aqui um pouco mais até ela notar que eu menti. Quanto tempo já passou?
(Hobbes): A gente já arrastou isso uns 53 segundos até aqui.
(Calvin): Ótimo, agora vamos bater o recorde... Opa... perdi meu sapato!
(Hobbes): Cada minuto fora de casa e acordado é um minuto que vale a pena!
quinta-feira, agosto 22, 2013
Versos do Dia: House of Cards (Radiohead)
"(...) No matter how it ends
No matter how it starts
Forget about your house of cards
And I'll do mine
DENIAL"
segunda-feira, agosto 19, 2013
Versos do Dia: Desde que o Samba é Samba (Caetano Veloso)
"A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora"
sexta-feira, agosto 16, 2013
Versos do Dia: Como uma Onda (Lulu Santos)
"(...) Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar"
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar"
Portanto, citando Seneca: "Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida".
segunda-feira, agosto 12, 2013
Versos do Dia: Dance me to the End of Love (Leonard Cohen)
"(...) Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove
Dance me to the end of love"
domingo, agosto 04, 2013
Festival de Inverno de Bonito 2013 - sábado, 03 de agosto
O sábado estava agradável. A praça central não estava repleta, mas havia já um bom público quando Rivers começou a soltar seus acordes de heavy metal e a típica voz aguda do gênero. A surpresa, para mim, foi vê-los cantando em português e um som autoral. Já havia conferido performances da banda em Campo Grande, mas sempre repassando os clássicos do gênero. Em Bonito, como tinha de ser, executaram suas próprias canções. É interessante que o festival tenha dado abertura a tantos gêneros e conseguido encaixar um show regional de rock. Valeu, Rivers! Cantar em português é desafiador e complicado. Na minha opinião, missão cumprida por ter mostrado seu valor e seu trabalho... mas dá para caprichar mais nos arranjos pois algumas das músicas soam muito parecidas com os tais clássicos que os inspiram. Um pouco de identidade fará bem ao Rivers.
Ao final do show tive oportunidade de papear um pouco com o casal Rivers, ambos vocalistas e guitarristas da banda. Gi Rivers comentou que eles estão aproveitando a onda autoral e a aceitação - e até a busca - do público de Campo Grande por som feito aqui para eles mostrarem suas composições, algumas que já estavam "empoeirando na estante" esperando o bem-vindo surgimento desse interesse.
A atração seguinte foi o ponto alto do meu fim de semana musical! O show do Criolo cumpriu o que prometeu: muita energia, boas letras, engajamento e uma mensagem repetida de amor & paz em meio aos raps falando de racismo, discriminação, modo de vida... depois dessa passagem de Criolo podemos dizer que existe amor no MS, que aqui não estamos acostumados com sucrilhos no prato e que terminamos o show todos chineizinhos.
Entrei no camarim, depois de esperar um tempo do lado de fora onde conheci Phillipe Reys, americano da Califórnia, amante de hip-hop, que veio a Bonito para ver Criolo e queria a todo custo uma foto com o músico. Vi dois Criolos lá dentro. Um pouco arrogante com o fã estrangeiro ("Se você entende o que eu falo tá bom, eu não tenho que entender o que você fala"), mas cheio de atenção e carinho com quatro fãs juvenis que entraram conosco. A mim, foi atencioso. Perguntei se tinha dado tempo de curtir Bonito e ele disse: "Boiei entre os peixes. Foi mágico. Vi que há outras formas de se viver a vida. Queria ser peixe".
O show de encerramento, na grande tenda, foi de Daniela Mercury. Foi, surpreendentemente, melhor do que eu imaginava. Não foi um show de axé, para começar. A baiana repassou, obviamente, seus sucessos, que estão longe de ter a mesma pegada dos equivalentes de Sangalo ou Leite. A turnê se chama "Canibália" e acredito que o conceito seja o de canabalizar a música brasileira, apropriando-se de temas clássicos: sambas, bossas, rocks. Ver Daniela cantando sucessos de Legião Urbana, Cazuza, Titãs dentre tantos outros foi estranho... mas o show foi recompensador por conta dos quatro bailarinos e suas coreografias belíssimas. Ela ainda mostrou-se engajada, citando os índios terenos e as manifestações por um Brasil melhor, incitando todos a não pararem de cobrar enquanto não houverem melhoras práticas. Como pontos fracos, a comemoração dos 40 anos de fantástico, que quebrou o ritmo e ficou bastante descontextualizada. E o exagero de apadrinhamento ao filho de Mercury. Mas deu para o gasto.
Ao final do show tive oportunidade de papear um pouco com o casal Rivers, ambos vocalistas e guitarristas da banda. Gi Rivers comentou que eles estão aproveitando a onda autoral e a aceitação - e até a busca - do público de Campo Grande por som feito aqui para eles mostrarem suas composições, algumas que já estavam "empoeirando na estante" esperando o bem-vindo surgimento desse interesse.
A atração seguinte foi o ponto alto do meu fim de semana musical! O show do Criolo cumpriu o que prometeu: muita energia, boas letras, engajamento e uma mensagem repetida de amor & paz em meio aos raps falando de racismo, discriminação, modo de vida... depois dessa passagem de Criolo podemos dizer que existe amor no MS, que aqui não estamos acostumados com sucrilhos no prato e que terminamos o show todos chineizinhos.
Entrei no camarim, depois de esperar um tempo do lado de fora onde conheci Phillipe Reys, americano da Califórnia, amante de hip-hop, que veio a Bonito para ver Criolo e queria a todo custo uma foto com o músico. Vi dois Criolos lá dentro. Um pouco arrogante com o fã estrangeiro ("Se você entende o que eu falo tá bom, eu não tenho que entender o que você fala"), mas cheio de atenção e carinho com quatro fãs juvenis que entraram conosco. A mim, foi atencioso. Perguntei se tinha dado tempo de curtir Bonito e ele disse: "Boiei entre os peixes. Foi mágico. Vi que há outras formas de se viver a vida. Queria ser peixe".
O show de encerramento, na grande tenda, foi de Daniela Mercury. Foi, surpreendentemente, melhor do que eu imaginava. Não foi um show de axé, para começar. A baiana repassou, obviamente, seus sucessos, que estão longe de ter a mesma pegada dos equivalentes de Sangalo ou Leite. A turnê se chama "Canibália" e acredito que o conceito seja o de canabalizar a música brasileira, apropriando-se de temas clássicos: sambas, bossas, rocks. Ver Daniela cantando sucessos de Legião Urbana, Cazuza, Titãs dentre tantos outros foi estranho... mas o show foi recompensador por conta dos quatro bailarinos e suas coreografias belíssimas. Ela ainda mostrou-se engajada, citando os índios terenos e as manifestações por um Brasil melhor, incitando todos a não pararem de cobrar enquanto não houverem melhoras práticas. Como pontos fracos, a comemoração dos 40 anos de fantástico, que quebrou o ritmo e ficou bastante descontextualizada. E o exagero de apadrinhamento ao filho de Mercury. Mas deu para o gasto.
Versos do Dia: Sucrilhos (Criolo)
"Eu tenho orgulho da minha cor,
Do meu cabelo e do meu nariz.
Sou assim e sou feliz.
Índio, caboclo, cafuso, criolo! Sou brasileiro!"
sábado, agosto 03, 2013
Festival de Inverno de Bonito 2013 - sexta-feira, 02 de agosto
Antes de qualquer coisa, dedico esse texto à namorada do Elias. Obrigado!
A noite de sexta-feira do Festival de Inverno de Bonito 2013 foi incrível! Começou com dois artistas regionais, Lucas Brandão e Marcelo Loureiro, o segundo já com amplo reconhecimento nacional como um dos maiores instrumentistas brasileiros. Essas duas primeiras apresentações foram seguidas pelo genial Toquinho - em apresentação, a bem da verdade, dividida com sua apadrinhada Anna Setton. Para fechar a noite de gala, um show dos Paralamas do Sucesso passando a limpo toda a sua carreira que completa 30 anos.
Acima um video do músico e compositor campograndense Lucas Brandão. Em apresentação curta ele pode mostrar um pouco de seu repertório de bossas e sambas, acompanhado de excelente banda. Foi o suficiente para demonstrar seu talento e posicionar-se como um bom nome da MPB.
O palco a seguir foi tomado pelo incrível Marcelo Loureiro. Instrumentista habilidoso, que experimenta novas formas de tocar o seu violão, explorando temas regionais e também polcas, tangos e tantos ritmos latinos por excelência. Abraçando sua origem paraguaia - ele que é nascido e criado na região de Bonito, em Guia Lopes da Laguna - também executou algumas canções com uma harpa paraguaia e encerrou sua apresentação com uma viola caipira, instrumento para o qual foi eleito recentemente o melhor instrumentista brasileiro. Eu, que desconhecia o músico, sai maravilhado tanto por sua virtuose quanto por sua simpatia.
Toquinho veio então desfilando seu repertório cheio de sucessos, composições que marcaram época realizadas com parceiros como Vinicius de Morais (várias!), Benjor, Baden Powell, Carlos Lyra e tantos outros... É evidente que o ápice foi a execução, ao final do concerto, de Aquarela, talvez sua música mais emblemática. Mas o repertório todo é uma dádiva e demonstra várias das nossas pérolas musicais. Em certo momento, ele também demonstrou suas habilidades como violonista ao dedilhar um dos temas de J.S.Bach - que segundo referência citada por ele, é a voz que Deus usou-se para expressar-se. Inteligente como é, Toquinho também utilizou-se do espaço para introduzir Anna Setton, interpréte que ele conheceu em uma churrascaria paulistana e cuja carreira ele está apadrinhando. Provavelmente, ele reconhece que sua emissão vocal já deixa a desejar e a voz de Setton, linda, foi um belo acréscimo ao concerto. Com sua voz, a noite ficou ainda mais inesquecível.
Finalmente, para encerrar a noite, a comemoração dos 30 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso. Talvez a última grande banda dos anos 80 que eu conferi ao vivo (já tinha visto Ira!, Titãs, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii - Legião tornou-se uma impossibilidade cedo demais). Não sou particularmente fã da banda, mas não há como negar a coleção de hits que eles colecionaram. E neste show revisionista, de quase 2 horas!, isso fica claro ainda que eles tenham também incluído músicas menos esperadas, como Vulcão Dub, Melô do Marinheiro e tantas outras.
Impossível também não reconhecer todo o entusiasmo e superação de Herbert Vianna, que apresenta-se de sua cadeira de rodas com uma energia admirável. Imagino os gringos na platéia que desconhecem sua história, sua trajetória e que, independente disso, veem-no liderando um coral de quase 8 mil vozes, mostrando que não há limitações para a arte, para a vida ou a sobrevida que ela pode proporcionar.
A noite de sexta-feira do Festival de Inverno de Bonito 2013 foi incrível! Começou com dois artistas regionais, Lucas Brandão e Marcelo Loureiro, o segundo já com amplo reconhecimento nacional como um dos maiores instrumentistas brasileiros. Essas duas primeiras apresentações foram seguidas pelo genial Toquinho - em apresentação, a bem da verdade, dividida com sua apadrinhada Anna Setton. Para fechar a noite de gala, um show dos Paralamas do Sucesso passando a limpo toda a sua carreira que completa 30 anos.
Acima um video do músico e compositor campograndense Lucas Brandão. Em apresentação curta ele pode mostrar um pouco de seu repertório de bossas e sambas, acompanhado de excelente banda. Foi o suficiente para demonstrar seu talento e posicionar-se como um bom nome da MPB.
O palco a seguir foi tomado pelo incrível Marcelo Loureiro. Instrumentista habilidoso, que experimenta novas formas de tocar o seu violão, explorando temas regionais e também polcas, tangos e tantos ritmos latinos por excelência. Abraçando sua origem paraguaia - ele que é nascido e criado na região de Bonito, em Guia Lopes da Laguna - também executou algumas canções com uma harpa paraguaia e encerrou sua apresentação com uma viola caipira, instrumento para o qual foi eleito recentemente o melhor instrumentista brasileiro. Eu, que desconhecia o músico, sai maravilhado tanto por sua virtuose quanto por sua simpatia.
Toquinho veio então desfilando seu repertório cheio de sucessos, composições que marcaram época realizadas com parceiros como Vinicius de Morais (várias!), Benjor, Baden Powell, Carlos Lyra e tantos outros... É evidente que o ápice foi a execução, ao final do concerto, de Aquarela, talvez sua música mais emblemática. Mas o repertório todo é uma dádiva e demonstra várias das nossas pérolas musicais. Em certo momento, ele também demonstrou suas habilidades como violonista ao dedilhar um dos temas de J.S.Bach - que segundo referência citada por ele, é a voz que Deus usou-se para expressar-se. Inteligente como é, Toquinho também utilizou-se do espaço para introduzir Anna Setton, interpréte que ele conheceu em uma churrascaria paulistana e cuja carreira ele está apadrinhando. Provavelmente, ele reconhece que sua emissão vocal já deixa a desejar e a voz de Setton, linda, foi um belo acréscimo ao concerto. Com sua voz, a noite ficou ainda mais inesquecível.
Finalmente, para encerrar a noite, a comemoração dos 30 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso. Talvez a última grande banda dos anos 80 que eu conferi ao vivo (já tinha visto Ira!, Titãs, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii - Legião tornou-se uma impossibilidade cedo demais). Não sou particularmente fã da banda, mas não há como negar a coleção de hits que eles colecionaram. E neste show revisionista, de quase 2 horas!, isso fica claro ainda que eles tenham também incluído músicas menos esperadas, como Vulcão Dub, Melô do Marinheiro e tantas outras.
Impossível também não reconhecer todo o entusiasmo e superação de Herbert Vianna, que apresenta-se de sua cadeira de rodas com uma energia admirável. Imagino os gringos na platéia que desconhecem sua história, sua trajetória e que, independente disso, veem-no liderando um coral de quase 8 mil vozes, mostrando que não há limitações para a arte, para a vida ou a sobrevida que ela pode proporcionar.
domingo, julho 21, 2013
Dombraz e Louva Dub - Sim, nós podemos!!
Ao final do show do Dombraz, por volta das 4 horas da manhã de sábado para domingo, no 21 Music Bar, em Campo Grande, eu pergunto a Chris Haicai, vocalista da banda, se posso "roubar" a set list (foto ao lado) e ele acena positivamente. Queria guardar comigo um pouco mais do que foram aquelas músicas, naquela sequência, que contagiaram, empolgaram, fizeram com que todos (e o bar estava repleto) dançassem, cantassem, pulassem, enfim, compartilhassem um momento mágico de energia, prazer, arte e muita emoção. Sim, nós podemos! Podemos valorizar artistas locais. Podemos compartilhar do seu talento e amor ao que fazem, ouvindo suas próprias composições misturadas às músicas dos artistas que eles admiram e que os formaram. É pena que eu não tenha também guardado o set list do Louva Dub (será que a Lauren não me manda?), para que a minha recordação pudesse ficar ainda mais completa!
A noite teve momentos de muita intensidade! A casa cheia cantando junto as composições autorais das bandas com o mesmo entusiasmo e alegria com que acompanham canções já consagradas nacionalmente... como comprova o registro abaixo, da canção Café. Notem que eu apareço brevemente no vídeo, de camiseta branca e escorado em uma mesa, dos 38 aos 40 segundos do vídeo - capturado em um dos meus momentos menos empolgados na noite, pouco antes de sair para dançar e me esgoelar à beira do palco! :-)
A noite teve momentos de muita intensidade! A casa cheia cantando junto as composições autorais das bandas com o mesmo entusiasmo e alegria com que acompanham canções já consagradas nacionalmente... como comprova o registro abaixo, da canção Café. Notem que eu apareço brevemente no vídeo, de camiseta branca e escorado em uma mesa, dos 38 aos 40 segundos do vídeo - capturado em um dos meus momentos menos empolgados na noite, pouco antes de sair para dançar e me esgoelar à beira do palco! :-)
O cenário musical de Campo Grande está tão irresistível que há um mês, no dia 23/06, a Concha Acústica nos presenteou com o mesmo fenômeno: casa cheia, Chá Noise e Canaroots mandando ver para total deleite dos presentes, que cantaram junto do começo ao fim, numa vibe de tirar o fôlego! E não é à toa que outra característica dessa cena salta aos olhos, a camaradagem entre todos os artistas dessa geração! No show do Canaroots teve participação das meninas do Rockers Inna Woman Style, da qual a própria Lauren Cury, vocalista do Louva Dub, faz parte!
Durante o show do Louva, no 21, Lauren convida Haicai para um dueto. Apoteose! Mais à frente, é o próprio Haicai quem convida Adrian Okumoto, atual baixista do Chá Noise e ex-Curimba, para fazer uma homenagem à sua ex-banda! Já há espaço para homenagens à cena local e foi arrepiante e duplamente-apoteótico ver a galera cantando em alto e bom som músicas de uma (excelente) banda campograndense que já encerrou as atividades. Com um Tereré bem servido, jogamos todos bolinhas de gude e foi de arrepiar ouvirmos àquele samba louco! De arrepiar a espinha. O show ainda passeou por gêneros como jazz, funk, sambas em diversas matizes, tudo com uma roupagem que dão identidade ao Dombraz. Ninguém tenta imitar, não há necessidade. A música tem vida própria e ganha força, de Lenine a Jair Rodrigues, passando por Amy Winehouse e Jamie Cullum. Além de muito Dombraz, palavra recitada por Haicai ao final de cada execução, como se para marcar que ali estão músicos sentindo sua música - e não apenas reproduzindo música. Uma noite que, certamente, ficou marcada para todos que lá estiveram. Épico.
Noite épica que já começou em alto estilo, com os vocais suaves de Lauren Cury e toda a pujança e suingue sonoros do Louva Dub. Para confirmar o fenômeno da aceitação, a recente canção "Promessa", disponível no SoundCloud da banda, também foi entoada em coro! Assim como todas as belas canções autorais da banda, como Linda Flor, cujo clipe pode ser conferida abaixo.
O CD ao vivo do Dombraz pode ser baixado diretamente no site oficial da banda: www.dombraz.com.
Ouçam Louva Dub no SoundCloud. https://soundcloud.com/louvadub
Versos do Dia: If It be your Will (Leonard Cohen performed by Webb Sisters)
"If it be your will
That I speak no more
And my voice be still
As it was before
I will speak no more
I shall abide until
I am spoken for
If it be your will
If it be your will
That a voice be true
From this broken hill
I will sing to you
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing (...)"
----
Se for a sua vontade que eu não fale mais. Que minha voz silencie, como antes. Então não mais falarei. Aguardarei até que fale comigo, se for a sua vontade.
Se for a sua vontade que a partir desta colina de incertezas uma voz de verdade se faça ouvir, cantarei para você de cima dessa colina e todas as suas preces se ouvirão, se for a sua vontade, se for a sua vontade e se você me deixar cantar.
Quando poesia e música se aliam, vivemos a emoção que a arte proporciona e que nos torna humanos. Viva Leonard Cohen.
quinta-feira, julho 18, 2013
Versos do Dia: I Appear Missing (Queens of the Stone Age)
"(...) Where are you hiding, my love?
Cast off like a stone... feelings
Raw and exposed when I'm out of control
Pieces were stolen from me
But dare I say, given away
Watching the water give in
As I go down the drain
I appear missing now
Cast off like a stone... feelings
Raw and exposed when I'm out of control
Pieces were stolen from me
But dare I say, given away
Watching the water give in
As I go down the drain
I appear missing now
I go missing
No longer exist
One day I hope
I'm someone you'd met (...)"
No longer exist
One day I hope
I'm someone you'd met (...)"
quarta-feira, julho 17, 2013
Calvin explorando os mistérios da evolução humana...
(Calvin): Não é estranho que a evolução tenha nos dado senso de humor?
(Calvin): Quando você para pensar, é estranho que a gente tenha uma resposta fisiológica para o abusrdo... a gente ri para o non-sense, a gente gosta! A gente acha divertido!
(Calvin): Você não acha esquisito que a gente aprecie o absurdo? Porque nos desenvolveríamos nesse sentido? Por que isso nos beneficia?
(Hobbes): Eu acho que se não conseguissimos rir das coisas que não fazem sentido, a gente não ia conseguir reagir a uma porção de coisas da vida.
(Calvin): ...
(Calvin): Eu não sei dizer se isso é divertido ou realmente assustador.
sábado, julho 13, 2013
Versos do Dia: What Difference Does it Make? (Smiths)
"All men have secrets and here is mine
So let it be known
For we have been through hell and high tide
I think I can rely on you
And yet you start to recoil
Heavy words are so lightly thrown
But still I'd leap in front of
A flying bullet for you
So, what difference does it make ?
So, what difference does it make ?
It makes none
But now you have gone
And you must be looking
Very old tonight"
-----
Smiths é uma escolha pouco convencional para o Dia Mundial do Rock... mas, ainda assim, hoje eu estou mais em um dia "qual a diferença?" do que num dia rocker...
terça-feira, julho 09, 2013
Calvin demonstrando que talento e necessidade de fazer arte andam juntos...
(Calvin): Essa é a pior tarefa do mundo! Eu tenho que pensar numa história, escrevê-la e ilustrá-la até amanhã!
(Calvin): Eu pareço um escritor? Isso é impossível!! Eu não sei contar histórias!
(Hobbes): E o que você diz sobre a sua história sobre o acidente com o macarrão?
(Calvin): Aquilo não era uma história!! Aquela era a mais pura verdade!!
(Hobbes): Ah, não seja modesto. Você merecia um pulitzer!
quarta-feira, julho 03, 2013
Versos do Dia: Feito Para Acabar (Marcelo Jeneci)
"(...) A gente é feito pra acabar
Ah Aah
A gente é feito pra dizer
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim (...)"
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim (...)"
terça-feira, julho 02, 2013
Versos do Dia: Seven Devils (Florence + The Machine)
"Holy water cannot help you now
A thousand armies couldn't keep me out
I don't want your money
I don't want your crown
See, I have to burn your kingdom down
Holy water cannot help you now
See, I've had to burn your kingdom down
And no rivers and no lakes can put the fire out
I'm gonna raise the stakes
I'm gonna smoke you out
See, I've had to burn your kingdom down
And no rivers and no lakes can put the fire out
I'm gonna raise the stakes
I'm gonna smoke you out
Seven devils all around me
Seven devils in my house
See, they were there when I woke up this morning
I'll be dead before the day is done (...)"
Seven devils in my house
See, they were there when I woke up this morning
I'll be dead before the day is done (...)"
segunda-feira, junho 17, 2013
Versos do Dia: Governmentalist (Joss Stone)
"(...) If you need
Some help
Send some hippys
In to help you
Think more
Than you do
hows about
Another line
Or two
To pick u up
Pick u up
while
Your people drown
I hope your happy
And you sleep
So great at night
While the lovers cry
Like tryna
Get a hold
Of smoke
And water
Coming up
With nothing
Everytime
How come
We ain't getting
Any closer
Tryna find
The truth
Behind the lies"
terça-feira, junho 11, 2013
Versos do Dia: Num Dia (Arnaldo Antunes)
"Sujar o pé de areia pra depois lavar na água
Lavar o pé na água pra depois sujar de areia
Esperar o vaga-lume piscar outra vez
Ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
Sujar o pé de areia pra depois lavar na água
Respirar
Sentir o sabor do que comer
Caminhar
Se chover, tomar chuva
Não esperar nada acontecer
Ser gentil com qualquer pessoa
Sujar o pé de areia pra depois lavar na água
Lavar o pé na água pra depois sujar de areia
Esperar o vaga-lume piscar outra vez
Ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
Respirar
Sentir o sabor do que comer
Caminhar
Se chover, tomar chuva
Ter saudade no final da tarde
Para quando escurecer, esquecer
Ao se deitar para dormir, dormir
Dormir."
domingo, junho 09, 2013
Calvin e uma estratégia infalível para a riqueza
(Hobbes): O que você tá fazendo?
(Calvin): Ficando rico!
(Hobbes): Sério?
(Calvin): Sim, estou escrevendo um livro de auto-ajuda! Tem muito mercado para esse tipo de coisa.
(Calvin): Primeiro, você convence as pessoas de que há algo errado com elas. Isso é fácil pois a Publicidade já faz as pessoas se sentirem inseguras sobre seu peso, aparência, status social, apelo sexual e por aí vai.
(Calvin): Daí você convence elas de que os problemas não são causados por culpa delas, que elas são vítimas de forças maiores. Isso é fácil, pois já é o que as pessoas acreditam. Ninguém quer se responsabilizar por sua própria situação.
(Calvin): Finalmente, você as convence com seus conselhos especializados e encorajamento de que elas podem sobrepor seus problemas e serem felizes!
(Hobbes): Engenhoso! E que problema você vai ajudar as pessoas a resolver?
(Calvin): O vício delas em livros de auto-ajuda!
(Calvin): Meu livro é chamado "Cala a boca e para de reclamar: como fazer algo com sua vida além de pensar em si mesmo".
(Hobbes): É melhor você esperar por um adiantamento antes de sair comprando coisas...
(Calvin): O problema é... se meu plano funcionar, eu não vou poder escrever uma sequência...
(Calvin): Ficando rico!
(Hobbes): Sério?
(Calvin): Sim, estou escrevendo um livro de auto-ajuda! Tem muito mercado para esse tipo de coisa.
(Calvin): Primeiro, você convence as pessoas de que há algo errado com elas. Isso é fácil pois a Publicidade já faz as pessoas se sentirem inseguras sobre seu peso, aparência, status social, apelo sexual e por aí vai.
(Calvin): Daí você convence elas de que os problemas não são causados por culpa delas, que elas são vítimas de forças maiores. Isso é fácil, pois já é o que as pessoas acreditam. Ninguém quer se responsabilizar por sua própria situação.
(Calvin): Finalmente, você as convence com seus conselhos especializados e encorajamento de que elas podem sobrepor seus problemas e serem felizes!
(Hobbes): Engenhoso! E que problema você vai ajudar as pessoas a resolver?
(Calvin): O vício delas em livros de auto-ajuda!
(Calvin): Meu livro é chamado "Cala a boca e para de reclamar: como fazer algo com sua vida além de pensar em si mesmo".
(Hobbes): É melhor você esperar por um adiantamento antes de sair comprando coisas...
(Calvin): O problema é... se meu plano funcionar, eu não vou poder escrever uma sequência...
quinta-feira, junho 06, 2013
Versos do Dia: Nuvem Passageira (Hermes Aquino - versão da Karnak)
A música de hoje tinha que combinar com a tirinha (genial) do Calvin de hoje.
"Eu sou nuvem passageira
que com o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito
que se quebra quando cai
Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois essa pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar."
Calvin e a solução para um dia ruim
(Calvin): O problema com as pessoas é que elas não tem uma visão global das coisas.
(Calvin): Ocasionalmente, cada um de nós vai morrer, nossa espécie será extinta, o sol vai explodir e o universo vai colapsar.
(Calvin): A existência não é só temporária, ela é sem sentido! Estamos todos condenados, e pior, nada importa!
(Hobbes): Acho que eu entendo porque as pessoas não buscam uma visão global das coisas.
(Calvin): Bem, ao menos coloca um dia ruim em perspectiva.
terça-feira, junho 04, 2013
Versos do Dia: Acrilic on Canvas (Legião Urbana)
"(...) E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição
Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"
sexta-feira, maio 31, 2013
Versos do Dia: Balada de Agosto (Zeca Baleiro & Raimundo Fagner)
"(...) É tanto orgulho que não meço o remorso das palavras que não digo (...)
(...) Na vida ou na novela, é o disfarce que revela, o bandido (...)"
segunda-feira, maio 27, 2013
Versos do Dia: Boas Novas (Cazuza)
"Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
E mágicos das frases
Endiabradas sem mel
Trago boas novas
Bobagens num papel
Balões incendiados
Coisas que caem do céu
Sem mais nem porquê (...)"
quinta-feira, maio 23, 2013
Versos do Dia: Love It or Leave It (Asaf Avidan)
(...) Hard is the floor
As the waves pound the shore
Of your wounds
Roll up your sleeve
It's hard to believe
But it's you
Love it or leave it
Love it or leave it
Love it or leave it
Love it or leave it
You got to believe it
My Oh My, It hurts sometimes
Oh My Oh My, It hurts sometimes
I think I'm running out of time
Before I'm gonna lose my mind
Slow is the night
When you reach for the light
But the dark lingers on
Slow is the bite
Of the words that you write
When it's finally dawn (...)"
----
Em um texto do meu outro blog (Esfarelado) eu descrevi a noite em que descobri Asaf Avidan e reencontrei Joe Bel (que ilustrou os versos de ontem, de anteontem e de faz tempo).
Aquela foi uma noite que, sei, será difícil esquecer. Um dos daqueles momentos em que sentimos plenitude. Plenos de satisfação de estarmos vivendo o que estamos vivendo. Foi a experiência da descoberta. Foi a arte sendo degustada como deve ser: com o mal-estar inicial sendo aos poucos substituído pelo entendimento e, finalmente, pela devoção.
Asaf é um artista. No clipe acima ele mostra corpos nus dançando ao som de Love it or Leave it. Todos os corpos, curiosamente, vestem uma máscara do cantor. Cada um de nós, anoninamente, possuindo a cabeça criadora do músico. Fazendo de nossos corpos instrumentos para transportar suas ideias, sua música, seus versos. Amá-lo ou deixá-lo. Amar ou deixar alguém. Quem? Não importa... estamos sempre apaixonados, por alguém ou por nós mesmos. E a cada instante nossos sentimentos são postos a prova. Sentimos dor e ansiedade, sim. Buscamos a noite ou o dia, sim. Lenta é a mordida de suas palavras quando você escreve que o amanhecer chegou.
É, Asaf marcou e marca. Ouço sem cessar e admiro sem parar. Cresce. E, como é o propósito dos versos do dia, por vezes encontro ressonância em mim. E hoje "Love it or leave it" bateu fundo. Mas misturo seções e indico Asaf, para que outros corpos nus possam também hospedar sua arte. Ame-o ou não.
terça-feira, maio 21, 2013
Versos do Dia: In the City (Joe Bel)
"in the city I walk alone my feet hurt and it's raining
you'll never find me no, I'm not round home
I'm not at your friends
In the city I take a breath, but the air's full of you
I take a train
Now I'm watching the lights, they get small
Cause there's no sun in this town
When there is you
No sunny days... no sun in this town
In the city I fell in love, but something wasn't right
You never loved me true, you held me tight"
terça-feira, maio 14, 2013
Versos do Dia: Três (Adriana Calcanhotto)
"Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você o Sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando em você tudo se complicou
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer, naufragar
(...)
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar"
segunda-feira, maio 13, 2013
Humberto Gessinger e o seu novo trio...
Em determinado momento do show ele diz "Eu sou do tempo em que não era crime (homem) ter cabelo comprido e nem uma banda fazer música longa. Eu fiz várias e vou tocar uma delas para vocês" e começou a tocar a música que é, junto com Piano Bar, a minha favorita dos Engenheiros do Hawaii. A música que reproduzo acima, executada pelos mesmos músicos que tocaram para mim na última sexta-feira, 10/05, em Joinville: Gessinger, no baixo e vocais, Rafael Bisogno (bateria) e Rodrigo Tavares, nas guitarras. A música é A Violência Travestida faz seu Trottoir e diz, em certo trecho: "uma bala perdida encontra alguém perdido / encontra abrigo num corpo que passa por ali / e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal / enterra todos na vala comum de um discurso liberal" pois "a vida quando acaba / cabe em qualquer lugar / e a violência travestida / faz seu trottoir".
Gessinger vive, hoje, do sucesso que construiu nos anos 80. Nos anos 90 a banda se desfez e houve um álbum com uma formação diferente, um novo projeto, chamado Gessinger Trio. Depois houveram novas formações dos Engenheiros do Hawaii, novas tentativas solo e, mais recentemente, o duo Pouca Volga com Duca Leindecker. E de novo a carreira solo e uma turnê com um novo trio. Mas o público, enquanto espera por sua entrada no palco, ainda grita: "Ow, Engenheiros, ow, Engenheiros". Sim, ele vive dos sucessos de seu passado, apesar de incluir no concerto músicas compostas nos anos 2000 e até duas canções inéditas!
Por falar no novo trio, é necessário comentar que a presença de Rodrigo Tavares (ex-Fresno) tocando guitarras trouxe um peso muito bem-vindo às composições clássicas. Ele não é um grande instrumentista e não consegue executar com precisão vários dos trechos das músicas tão conhecidas pelos fãs... mas, ao mesmo tempo, usa distorções e uma roupagem hard-rock que descaracteriza e moderniza um pouco nossas velhas conhecidas.
O concerto foi, portanto, muito agradável pois é sempre bom ouvir canções que marcaram uma fase tão boa da vida... Piano Bar, Ando Só, O Exército de um Homem Só, Infinita Highway, Refrão de Bolero, Pra ser Sincero, Somos Quem Podemos Ser, Várias Variáveis... são várias as músicas que perfilam as duas horas em que o novo Gessinger trio se apresenta. E vale, sim, muito a pena revivê-las!
Ainda mais quando antes somos apresentados ao 9 de Espadas, banda de Joinville que bebe na fonte do rock brasileiro dos anos 80. É pena que o público não os tenha prestigiado como mereciam, ainda que uma ou outra músicas tenham encontrado coro na platéia. O rock da banda é muito bem produzido, contagia, o vocal é bom e os músicos são afiados.
E o tal Mr. Pi, do Pijama Show da Rádio Atlântida, que também é músico nas horas vagas, entrou durante o show do 9 de Espadas, assumiu os vocais e ouvimos duas versões brilhantemente executadas, muito mais rockers do que os originais, de Sociedade Alternativa (Raul Seixas) e Meninos e Meninas (Legião Urbana). Renato Russo sendo cantado no mesmo palco em que Gessinger se apresentaria minutos depois? Quem viveu os anos 80 - e os diversos mitos que se propagavam e dificilmente podiam ser checados - sabe que Gessinger e Russo são inimigos mortais... será mesmo? Bem, eu achava que o mito era verdade... mas quando o ex-líder dos Engenheiros substituiu Julio Iglesias por Renato Russo em Piano Bar, eu acho que finalmente a minha resposta estava dada. Era balela...
sexta-feira, maio 10, 2013
Concerto e Versos do Dia: Infinita Highway (Engenheiros do Hawaii)
"(...) Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional"
Hoje estava em uma loja, comprando presente para o dia das mães e me perguntaram "Onde você mora?"... e a resposta sincera é "Não moro em lugar nenhum". Vida em trânsito, hospedado dia aqui dia ali... hoje é exatamente 10/05 e no dia 10/04, há um mês, eu entreguei as chaves do meu apartamento em Lyon e parti de volta ao Brasil. Fiquei hospedado uma semana no Chile na casa de amigos, fiquei em um hotel em Petrópolis e depois dividi, com amigos, um apartamento alugado por alguns dias no Rio. Atualmente estou na casa da minha irmã, daqui sigo para me hospedar em outra cidade, na casa de outro amigo... sigo depois adiante até a casa de minha mãe... Se essa vida não tá confusa o suficiente só pode ser porque a situação da América Central piorou muito!
E em cada um desses lugares tenho ouvido música ao vivo! Joe Bel, Asaf, Ooops, Darling! foram os últimos em Lyon. Pedro Piedra e Biorn Borg foram as surpresas ouvidas em Santiago. No Rio, fomos ao Rio Scenarium ouvir samba clássico tocado ao vivo e interpretado pela bela voz de Joyce Cândido.
Agora é a vez de Joinville e, no sul do Brasil, nada mais propício que ouvir Humberto Gessinger, a voz por detrás de uma das maiores bandas brasileiras dos anos 80, os Engenheiros do Hawaii. Eu já fui vê-los ao vivo, enquanto ainda se chamavam Engenheiros do Hawaii mas já não mais com a formação original. O Gessinger parece não ser figura das mais fáceis - segundo dizem as más linguas - mas continua na ativa e hoje vai ser ano de reviver um pouco mais dos anos 80 na forma de suas canções cheias de frases interessantes e refrões grudentos! E lá vamos nós!!
domingo, maio 05, 2013
Descoberta Musical: Chá Noise
Não é de hoje que a cena musical autoral em Campo Grande têm se mostrado virtuosa. Nos últimos 3 meses tenho ouvido com frequencia as cinco músicas do Chá Noise, banda campograndense, contidas em seu documentário+videoclipes, intitulado sugestivamente de Aglomerado de Ervas (inclui o link para o video no fim desse post).
Adrian, Anédio, Gleyton, Jungle e Xaras fazem um dub-reggae cheio de misturas e influências, com muito swing e energia. A compilação das 5 músicas entremeadas por depoimentos dos membros da banda é rica e ajuda a contextualizar pequenos elementos do próprio som ou das letras.
Se Liga Nesse Balanço, O Flow do Gurizinho, Deixa Fluir, O Jogo vai Virar e o Swing Boom Boom da Morena são as 5 músicas do grupo que podem ser ouvidas no mini-documentário. Talvez o maior elogio que eu possa fazer ao Aglomerado de Ervas é que cada uma das 5 canções já ocupou o espaço de minha favorita. Atualmente, estou entre Se Liga Nesse Balanço e O Jogo Vai Virar, que acho as mais completas. Mas o trabalho é tão coeso, rítmico e multi-facetado que essa preferência pode voltar a mudar. E essa característica é comum apenas em bons artistas, que fazem música com identidade.
"Não vá pensar que eu sou um anjo... só por fazer você voar", canta Xaras na primeira das cinco. E quando ele diz "vem cá se liga nesse balanço, é só rodar e deixar levar" é um convite para que possamos acompanhar a beleza, harmonia e ginga das composições do CháNoise, o que posiciona muito bem Se Liga Nesse Balanço como a canção inaugural do vídeo. E se há alguma dúvida de que uma banda de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, pode fazer um som original e de muita qualidade a resposta é dada na própria música... "o que acontece é que moleque dá conta, o que acontece é que ele sabe sambar. Segura a bronca e ainda tira uma onda, mostra pro mundo que ele sabe sambar."
Uma vez apresentado o cartão de visitas, a banda segue para O Flow do Gurizinho, faixa que batiza o que virá a ser o primeiro álbum do CháNoise. Antes da música, novos depoimentos e dentre eles ouvimos Adrian Okumoto, baixista, parafrasear Lavoisier indicando que "tudo se cria e nada se compara". Oportunamente dito justamente antes da música em que a base de piano vem de MC's Act like they don't know, de KRS-One. Mas ainda que se queira copiar, não vai ser igual, como diz ele. E, mais ainda: "quem não deve, não treme... só segue em frente." A música está lá e, curiosamente, a letra tem também uma levada rap em certos trechos, remetendo ainda mais à fonte... mas há personalidade e originalidade suficientes para confirmar que nada se compara.
Adrian, Anédio, Gleyton, Jungle e Xaras fazem um dub-reggae cheio de misturas e influências, com muito swing e energia. A compilação das 5 músicas entremeadas por depoimentos dos membros da banda é rica e ajuda a contextualizar pequenos elementos do próprio som ou das letras.
Se Liga Nesse Balanço, O Flow do Gurizinho, Deixa Fluir, O Jogo vai Virar e o Swing Boom Boom da Morena são as 5 músicas do grupo que podem ser ouvidas no mini-documentário. Talvez o maior elogio que eu possa fazer ao Aglomerado de Ervas é que cada uma das 5 canções já ocupou o espaço de minha favorita. Atualmente, estou entre Se Liga Nesse Balanço e O Jogo Vai Virar, que acho as mais completas. Mas o trabalho é tão coeso, rítmico e multi-facetado que essa preferência pode voltar a mudar. E essa característica é comum apenas em bons artistas, que fazem música com identidade.
"Não vá pensar que eu sou um anjo... só por fazer você voar", canta Xaras na primeira das cinco. E quando ele diz "vem cá se liga nesse balanço, é só rodar e deixar levar" é um convite para que possamos acompanhar a beleza, harmonia e ginga das composições do CháNoise, o que posiciona muito bem Se Liga Nesse Balanço como a canção inaugural do vídeo. E se há alguma dúvida de que uma banda de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, pode fazer um som original e de muita qualidade a resposta é dada na própria música... "o que acontece é que moleque dá conta, o que acontece é que ele sabe sambar. Segura a bronca e ainda tira uma onda, mostra pro mundo que ele sabe sambar."
Uma vez apresentado o cartão de visitas, a banda segue para O Flow do Gurizinho, faixa que batiza o que virá a ser o primeiro álbum do CháNoise. Antes da música, novos depoimentos e dentre eles ouvimos Adrian Okumoto, baixista, parafrasear Lavoisier indicando que "tudo se cria e nada se compara". Oportunamente dito justamente antes da música em que a base de piano vem de MC's Act like they don't know, de KRS-One. Mas ainda que se queira copiar, não vai ser igual, como diz ele. E, mais ainda: "quem não deve, não treme... só segue em frente." A música está lá e, curiosamente, a letra tem também uma levada rap em certos trechos, remetendo ainda mais à fonte... mas há personalidade e originalidade suficientes para confirmar que nada se compara.
Em um dos depoimentos que antecedem essa segunda canção, Gleyton comenta que uma das coisas mais interessantes deste trabalho é as possibilidades trazidas pela MPC, como a de poder tocar saxofone! E é muito interessante notar como a edição do video (dirigido pelo Adrian!) cria essa fluidez pois podemos conferir até mesmo um solo de saxofone (sintetizado) em um determinado momento de O Flow do Gurizinho! (por volta do minuto 10 do vídeo).
Então quando ouvimos Jorge Jungle dizer que não há como deixar de incluir as influências pessoais no som da banda e que, querendo ou não, referências dessa natureza vão aparecer e, em seguida, somos apresentados a Deixa Fluir, é difícil não notar as diversas referências espirituais presentes na letra da música. E trazer temas caros aos artistas em suas composições é o que se espera de artistas e de sua arte, portanto, nada mais benvindo do que conhecer as pessoas por trás da obra usando-se da própria obra para tanto!
A canção diz: "...e toda estrada que andei, caminhei, calejei, calejou, tá calejado", o que me faz pensar na fluidez da vida, do início em direção ao fim. O que foi vivido, foi vivido, não há volta. A estrada que andei deixou marcas, mas calejou, tá calejado. Mas a letra segue dizendo: "...e toda vida que passei, representei, carimbei, se carimbou, tá carimbado". Basicamente a mesma estrutura dos versos anteriores, mas agora trocando a estrada que andei pela vida que vivi e aqui temos a primeira constatação de que estamos falando de algo além, transcendental. Cada vida tem sim sua história, seu carimbo. E ao vivê-la, carimbei aquela vida com seus padrões, suas formas. Mas e se a vida se repetir indefinidamente? E se houverem mais vidas? "Ninguém mandou ter asas, agora voa", continua pregando, e segue com "e mais um dia de demanda faz pensar, em quantas vezes eu voltei e vou voltar? E qual caminho certo eu devo trilhar? Para evoluir nego, tu tem é que trampar" e a espiritualidade - eu diria até, o espiritismo - fica ainda mais evidente. Se temos asas (uma vida a ser vivida), então que voemos (vivamos!). Não há como saber quantas vezes já estivemos aqui ou quantas vezes ainda retornaremos, mas o que é certo é que se quisermos evoluir é necessário trabalharmos (nós mesmos!). É bom ver esse zelo também pelas letras! Deixa fluir com amor!
E a mesma pegada exibida em Deixa Fluir segue em uma das minhas favoritas atuais, O Jogo vai Virar. Xaras divaga sobre a essência do bem, entre ser bom ou ser justo e, em seguida, declama: "para aqueles que não derem oportunidade, como é que esse jogo vai virar?", que é uma provocação muito justa para aqueles que querem algo mas não se movem para alcançar! Mas ele segue dizendo algo que vai além de objetivos pessoais e toca a humanidade em geral: "com ódio, preconceito e falta de coragem, as coisas por aqui não vão mudar", levando a um crescendo musical que culmina apoteoticamente no refrão: "adultos, jovens, velhos e crianças, a hora da verdade irá chegar, juntos pelo amor, vamos para a luta, que a hora do combate começou, encontraremos pedras em nossos caminhos, flores com espinhos, mas nada pode nos parar... tu tá caido, nego, acorda, roda, bota prá quebrar... a vida é louca e as ruas tortas ninguém sabe onde vai dar". Música engajada, motivante e, ainda mais importante, empolgante para ser cantada a plenos pulmões. Vamos, sim, acordar e botar para quebrar!
Para finalizar o video, depoimentos geográficos! Campo Grande está no meio, entre o asfalto e o mato, com um estúdio rodeado por lagos, árvores - o lado orgânico do som da banda. A cidade morena - assim conhecida devido à cor avermelhada de sua terra - é homenageada em mais uma música que pega emprestada a base de Wilmot's Last Skank, do Sabres of Paradise, para cantar sobre as delícias da capital do MS! Dois trechos da música são especialmente claros quanto às referências a Campo Grande: "segunda-feira, ladeira, poeira vermelha no ar" e "no vai e vem na fronteira que a fonte não pode secar", o que reforçam também a identidade CháNoise da banda. E que venham logo o primeiro álbum com mais músicas e os concertos, que o show não pode parar...
quarta-feira, abril 24, 2013
Versos do Dia: It's Good to be on the Road Back Again (Cornershop)
(...) It’s good to be on the road back home again. Again.
terça-feira, abril 23, 2013
Versos do Dia: Condor Negro (Biorn Borg)
"(...) cóndor negro
allá estas tú, acá estoy yo
como aficionados a la ciencia ficción "
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No mesmo dia em que vi Pedro Piedra, em Santiago, vi também a banda equatoriana de Punk Rock, Biorn Borg, tocando um hard-rock de primeira. Difícil eleger a música mais interessante. A banda tinha muita energia, dois vocalistas (um de cada sexo) e fazia um som para levantar a galera... desde que a gente não estivesse em um teatro e com os movimentos restritos... e com a galera realmente esperando a atração seguinte (os "astros" locais). Foi uma pena, pois a recepção morna dos chilenos atrapalhou o que poderia ter sido uma excelente performance de bate-cabeça e recarregamento de pilha. Salve Biorn Borg, espero vê-los de novo!
A música que escolhi para retratar o concerto é Condor Negro. Até aprendi a fazer a coreografia dessa música (hahaha)! Ela descreve a luta entre o condor negro e um cyborg traidor pelo amor de um robô-fêmea!... ou qualquer coisa assim. :-)
segunda-feira, abril 22, 2013
Versos do Dia: O Peso das Coisas (Pato Fu)
(...) diga: é você? o motivo de tudo estar aqui, sinto o peso das coisas e o ar dentro de mim... aos domingos não te vejo, meu mundo é ruim (...)"
Dilbert, eu compartilho do seu sofrimento...
(Dilbert): Cada vez que eu tenho uma ideia para um aplicativo, eu descubro que dez outras pessoas já criaram algo parecido...
(Dilbert): À medida que a população mundial aumenta, o valor potencial de cada ideia que eu tenho se aproxima de zero.
(Dogbert): Então, é culpa do mundo todo que você tem ideias sem originalidade.
(Dilbert): Por que me parece que sua concordância soa zoação?
domingo, abril 21, 2013
Versos do Dia: Inteligencia Dormida (Pedro Piedra)
"(...) Una inteligencia dormida, que sueña con
vivir el día pero que no puede despertar, es el sueño.
Una inteligencia dormida, que sueña con
vivir el día pero se resiste a despertar.
En el día en que morí, el cura de confundió,
dijo que yo era un gran hombre.
La familia me lloró, mirando una fotografía
hicieron un brindis en mi nombre.
Solo me repito que a veces es fácil olvidar
de donde vienes y quien eres.
Yo se lo que hice bien yo se lo que hice mal."
sábado, abril 20, 2013
Versos do Dia: Waiting for the Miracle (Leonard Cohen)
I've been waiting night and day.
I didn't see the time,
I waited half my life away.
There were lots of invitations
and I know you sent me some,
but I was waiting
for the miracle, for the miracle to come.
I know you really loved me.
but, you see, my hands were tied.
I know it must have hurt you,
it must have hurt your pride...
Nothing left to do
when you know that you've been taken.
Nothing left to do
when you're begging for a crumb
Nothing left to do
when you've got to go on waiting
waiting for the miracle to come.
I dreamed about you, baby.
It was just the other night.
Most of you was naked
Ah but some of you was light.
The sands of time were falling
from your fingers and your thumb,
and you were waiting
for the miracle, for the miracle to come
Ah baby, let's get married,
we've been alone too long.
Let's be alone together.
Let's see if we're that strong.
Yeah let's do something crazy,
something absolutely wrong
while we're waiting
for the miracle, for the miracle to come.
Nothing left to do ... "
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Demorou para Leonard Cohen ilustrar um dia... mas eu estava apenas esperando pelo milagre acontecer. :-)
terça-feira, abril 16, 2013
Jazz em Cully: Contra-baixo americano, flamenco espanhol e a linda voz dos Balcãs
Viajar é bom. Assistir música ao vivo também. Fazer as duas coisas de maneira combinada tem se transformado em um estilo de vida!
Sexta-feira, 05/04, fui
a Cully, pequena cidade ao lado de Lausanne, na Suiça, para assistir
aos concertos da noite de abertura da 31a. Edição do Festival de
Jazz de Cully. Na abertura, a fantástica performance da albanesa
Elina Duni, que dona de um francês perfeito – ela habita na Suiça
já há anos – narrou e explicou cada uma das belas canções que cantou. As músicas fazem parte do folclore do país natal da cantora e foram repaginados em versões jazzy cheias de swing. Uma bela exibição de que a música vai muito
além de barreiras linguisticas. Foi emocionante e belo, ainda que
nenhuma palavra fizesse sentido para mim.
Dave Holland, um dos maiores contra-baixistas do mundo, fechou a noite tocando junto com duas guitarras flamencas, executadas pelos geniais espanhóis Pepe Habichuela e Josemi Carmona, além do acompanhamento inspirado de seus dois percussionistas. Um espetáculo de muita técnica passeando por diversos gêneros como o jazz, a rumba, o tango, o fandango e por aí afora. Foi muito menos inspirador e tocante do que o que fizera Elina antes. Mostrando que ser um exímio músico, dotado de técnica espetacular pode não significar conexão direta com o público. A emoção, por vezes, para ser despertada requer também olhares, um pouco de dança, enfim, ser transmitida a flor da pele.
O importante é que trata-se de mais uma noite, musicalmente, para não se esquecer!
segunda-feira, abril 15, 2013
Versos do Dia: Before (Joe Bel)
"You are like the sun in the sky
You've burned my skin and my eyes
Before I could stay away
I should have run before
I should have left before...
I know, I should have done it long ago..."
Um lullaby (canção de ninar), uma lamentação, uma constatação... às vezes o brilho do sol é fascinante, mas queima... tudo o que precisamos é de ver a luz à distância, das sombras, calmos e protegidos.
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